POESIA REUNIDA

POESIA REUNIDA
Descubra-a.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

 FORTUNA LITERÁRIA DE SÉRGIO GERÔNIMO
(atualizado em 11/05/2022)



Entrevista no evento SOCIS PoesiaCult, abri 2022, coord.Beatriz Breves, apresentadores: Mariza Queiróz e Dalberto Gomes



Li o seu poema no Caderno de Poesia Oficina nº 12, coordenado pelo poeta amigo Francisco Igreja e o achei bem original. Isso demonstra que a poesia não é só o nosso tradicional verso e prosa. Também é estilo, forma e se possível cor. Parabéns.
Maria Juana Llabrés Mayol, poeta, por carta, em 16/07/1989, Rio de Janeiro/RJ.

Apreciei bastante seu trabalho “Copacabana”, no Caderno de Poesia Oficina nº 19.
Maria de Lourdes Rabello Villares, em 1993, por carta, Belo Horizonte/MG

Sobre PROFANAS & AFINS –


Sérgio Gerônimo - brisa do desafio no jorro da inteligência. Briga de termos que buscam suas novas posições. Sensualmente. Protestantemente. Imponentemente impondo novos sentidos aos sensatos sentidos ou não. Fala que a tempestade desordenou e o eco fez música. Letra que se confundiu de tantas visões para reorganizar o cosmos esteticamente. Cosmos feito arte, também pelas portas do Oriente. Combinação inaudita da eternidade do verbo em verso.
Francisco Igreja, 1990 –  Professor, editor, contista e poeta, aba do livro citado.


Corpo e alma são uma unidade só, em Sérgio Gerônimo. Um só ímpeto. Um sopro estranho,  criador... Há um frêmito de alma, na própria carnalidade desenfreada. O espírito se une ao corpo e paira sobre o livro de poemas. O ser inteiro vibra, dança diante de nós. E isto é puramente liberdade. Uma festa inquieta.
Antonio Carlos Villaça, 1990 –  Memorialista, escritor, vice-presidente do PEN Clube do Brasil, excerto do prefácio do livro citado.


Poeta Sérgio Gerônimo, agradeço sensibilizada seu livro Profanas e Afins, que enriquecem minha estante. Li-o com carinho que a poesia sempre merece, alta forma de expressão humana. E com a atenção que seu original malabarismo de palavras exige, a fim de penetrar o íntimo sentido de seus versos e as emoções que se escondem, todavia prorrompem na rede de assonâncias verbais. Desejo-lhe muito sucesso. Com meu aplauso e meus votos, um abraço cordial.
Amelia Sparano, membro do PEN Clube do Brasil, por carta, em 29/05/1990, Rio de Janeiro/RJ.

 
Perceber-lhe a diferença Sérgio, não foi difícil. Sua vibração é muito forte, seu  campo magnético induz a sensibilidade de quem busca magia, verdade, liberdade. Agora, após a leitura do livro “Profanas & afins”, e a partir dele, vejo que tive o privilégio de conhecer-lhe, Poeta. Poeta que fala com os olhos. Se não pude presenciar o seu recital, quando li “Serei sincero” pude vê-lo com nitidez, mudando a expressão do olhar: “Serei?”
Não tenho condições de fazer críticas ao seu trabalho. Não sei fazer poesia. Não entendo poesia. Sinto-as. Há tempos um poeta brasileiro não me tocava como o fizeram Tagore, na adolescência, Shelley e Walt Whitman, que você citou. Claro que estou deixando Caetano, Gil, Chico na ala dos compositores. “Censura”; “Medo”; “Objetivo atingido”; “(In)saciável”; “Zé Pereira” são destaques, outras foram além: “Dúvida”; “Marca registrada”; “Decisão”; “Salv(e)ador”. Você é capaz de fazer re/nascer. Por isso preciso fazê-lo chegar a pessoas especiais, que nascem e renascem constantemente e o farei. Seu livro será por mim lido e relido. Ficará na cabeceira pois, como geminiana indiscutivelmente mutante, logo-logo outros poemas seus me tocarão com maior intensidade, dependendo da posição dos “grilos” que atuam em mim no “DES-PRE-O-CU-PA-DA-MEN-TE”.
Neste momento, Poeta-terapeuta, você teve pleno sucesso.
Maria Helena Rodrigues de Oliveira – professora, 04/06/1990, Brasília/DF.

Prezado Sérgio Gerônimo: recebi o seu livro “Profanas & Afins” que já comecei a ler. Grata pela atenção. Parabéns pela bela poesia. Meu abraço.
Heloisa Maranhão, escritora, membro da UBE – União Brasileira de Escritores, do PEN Clube do Brasil, através de um postal, em 04/06/1990, Rio de Janeiro/RJ.


“Bendita Poesia Profana”
A poesia encontrou o espaço perfeito para se manifestar, nos versos de Sérgio Gerônimo. Sim, nas veias corre a poesia. E é tanto assim que os dois – poeta e poesia – vão às praças, universidades e centros culturais e o produto desse belo trabalho está reunido no livro “Profanas & Afins” editado pela Oficina.  Os versos de Sérgio Gerônimo falam de coisas prazerosas, num erotismo explícito. Uma poesia moderna que procura valorizar mais o ritmo do que a rima. Muda a disposição dos versos na página, usa onomatopeias e metáforas, as palavras formam mandalas, ondas, senoidais, num perfeito hino de criação. Todo o seu trabalho gira em torno de um conceito de figura e forma. É preciso sentir a poesia de Sérgio com todos os sentidos. No início do livro, um trecho da música “Vaca profana” (profana e afim, é claro), de Caetano Veloso que resume bem a relação de Sérgio Gerônimo com a poesia: “Respeito muito minhas lágrimas/ Mas ainda minha risada/ Escrevo assim minhas palavras”. Bendita poesia profana!
Luiz Paulo Moraes, Departamento de Comunicação Social, Jornalismo, UGF/RJ, em 22/06/1990.

Interessantíssimo o livro, “Profanas & Afins” que longe de ‘profanar’ a poesia, tem muita afinidade com o surrealismo, o concretismo e o creacionismo hispano-americano ao mesmo tempo, aliada ao toque pessoal e talentoso de seu autor. Meus parabéns!
Helena Ferreira – professora de Letras, da UFRJ, membro da UBE – União Brasileira de Escritores, 25/06/1990, Rio de Janeiro/RJ, Brasil.

“Profanas & afins”, livro de estreia do ‘engenheiro’ Sérgio. Sua poesia é apresentada engenhosamente criativa, buscando caminho no neoconcretismo: graficamente as palavras são organizadas para lançar ideias novas ao leitor. Na primeira parte: “profanas” com dezenove poemas, cada poema traz uma sinalização a cada término (– Menino cuidado!), um alerta feito pelo poeta. Na segunda parte: “afins”, o poeta engenheiro constrói sua poética matematicamente, quando dá um álibi às ciências exatas.
Ari Lins Pedrosa, in Notas literárias, O Gutemberg, pág. 12, Ano II, nº 5, jul/ago/set 1990, Maceió/AL.

Prezado Sérgio! Foi muito bom receber sua obra, tão reveladora de um espírito forte, um caráter sóbrio, apaixonante e ao mesmo tempo sensível, esgotando toda possibilidade de ser feliz e prazerosa a VIDA no PRESENTE. Incrível como você assimila e decide que os fatos e a própria existência não lhe fujam à iniciativa de transformá-los, de reeditá-los em forma de poema, que é também anúncio e denúncia. Parabéns! Já li e reli, várias vezes. “Profanas e Afins”, talvez, a obra mais corajosa e criativa, que conheci em 1990. Um abraço carinhoso.
Moacir Chrisóstomo, escritor, por carta, em 01/08/1990, Ipatinga/MG. 

Profanas & afins – Gráfica PortinhoParece que não é novidade para ninguém ouvir dizer que o Brasil é terra de poetas. Porque é mesmo. Esta “Coluna” vem-nos demostrando desde o seu primeiro número. Livros de poesia sã, de poesia que se entende como esse “Profanas & afins”, que o seu autor nos enviou. Lê-se de um fôlego e em todas as poesias se encontra encanto, pois os poetas são como os pássaros: a menor coisa os faz cantar.
Arthur Barroco, coluna Livros & Autores, Correio da Lavoura, pág. 06, Nova Iguaçu/RJ, 15/09/1990

De livros & Gente & Coisas
Profanas de Sérgio
A poesia de Sérgio Gerônimo é moderna e bonita, realmente dotada de uma extraordinária força, de uma virilidade incomum. Um poeta fim de século, com a garra de quem quer entrar em XXI muito bem, com pique e segurança. Nos vinte primeiros poemas, que compõem a primeira parte do trabalho – “Profanas”, o autor desenvolve o tema “menino cuidado” e nos 36 “Afins”, há todo um desenvolver de pensamento diverso, com maestria e técnica da poesia contemporânea, culminando com “Profana Afim”, numa conclusão feliz.
Gino Frey – Comendador do Núcleo Cultural Português de Vitória/ES, in Literatura, Correio Popular, de 14 a 20/09/1990, Cariacica/ES.

“Profanas & Afins”, excelente livro de poemas do Sérgio Gerônimo.
Osael de Carvalho, in O Literário, nº 67, Ano V, outubro de 1990, Rio de Janeiro/RJ.

Poesia de explosões verbais, em que todo poema é fortemente oral, mantendo-se de pé a intensa carga de emoção que os reveste, consubstanciada no refrão constante a finalizar a maioria dos poemas: “menino cuidado”. O poeta apresenta igualmente uma boa noção do visual, da especialização das palavras, sendo de notar os poemas intitulados “Objetivo atingido”, “(In)saciável”, “Contradança” e “Corpo  - Profana Afim”.
Fernando Py – poeta, crítico literário, colunista do Diário de Petrópolis. Esta crítica foi publicada na Coluna Leitura, do Diário de Petrópolis, em 24/03/1991, Petrópolis/RJ.



A Vida é um presente
Profanas & afins – o título desse livro parece meio exótico, mas, quando o lemos, entendemos bem o propósito do autor. O homem recebeu a vida e nem se importa com ela. Nas veias do homem correm perigo, insatisfação, ingratidão, servidão, dissidência, dolência, indiferença; se o homem se importasse com a vida, só deixaria passar a felicidade pelo seu interior.
O homem não valoriza a vida que recebeu como presente, não agradece uma só vez, pelo menos, sua existência. Embora consciente de tudo que possa vir a acontecer, o homem prossegue profanando sua vida.
O autor usa muitas figuras de linguagem, o que torna o texto ainda mais interessante. As que mais me chamaram a atenção foram às antíteses: “tranquilidade/intranquila”, e as comparações. Como se não fosse suficiente o recurso (jogo de palavras) empregado pelo autor, ele ainda usou muitos recursos visuais. Seu vocabulário eu o considero um tanto raro.
Denise Andreotti Dornellas – publicado na coluna COMENTÁRIO DE LEITURA, de Célio Pinheiro, no Jornal A Comarca, pág 11, em 07/07/1991, Araçatuba/SP.

Li o seu livro, em viagem ao sul e de cara, adorei o poema “Contacto” (o qual comentei com o Elmo Gomes — poeta, autor de “O Menino Verde”, que também apreciou muito), achando-o sensualmente agressivo, amoroso, realista e contagiante. Gostei muito do “Afim IV e outros Afins”... Grande parte de seus poemas, eu não consigo captar a mensagem, quer por serem modernos demais ou porque não sei entrar nesse manancial de poesia arquitetônica. Não me é cômodo ter que virar o livro para ler, descobrindo as palavras num quebra-cabeça. Acostumei-me à poesia clássica ou mesmo à moderna, que expressa cristalinamente sua mensagem ou, então, se oculta no enredo das rimas ou na musicalidade da métrica. Talvez eu tenha ficado quadrada no entendimento poético, aceitando o neo-modernismo e o concretismo, apenas, como uma curiosidade, mas algo que foge a minha compreensão. “Menino cuidado”, permita-me usar sua própria expressão para interpretar o seu “Quinto segundo”, muito interessante, até que você termina borrando o quarto com o Tictictictactactac...titica, “nas veias corre a irreverência...” Mas você está de parabéns pelo trabalho, pela ousadia, pela amostragem que faz do seu interior revolto, inquieto, caloroso, original, vibrante e flagrantemente erótico. O produto final de um livro é trabalhoso, sério e só um idealista chega a oferecê-lo ao mundo, que poderá não entendê-lo, porém, fica respingado de poesia, na efervescência da inspiração. Você foi contagiado por esse vírus imbatível da poesia, sua sensibilidade aflora, querendo interpretar a vida em todos os instantes e o faz ao seu modo próprio.
Parabéns pela realização do “Profanas & Afins”, parabéns por cultivar e estimular a poesia em você e nos outros, em desempenho e esforço admiráveis. Continue nesse caminho que, por certo, se não achar respostas às suas indagações, permitirá ao outro que descubra o mistério que jorra da fonte poética.
Conceição Rosa – leitora, jornalista, foi portuária na CDRJ – Companhia Docas do Rio de Janeiro, 23/11/1991, por carta, Rio de Janeiro/RJ.

“Profanas & afins”, um trabalho instigante, corajoso, sensível, lírico – sem ser piegas, amargo – sem ser dolorido; enfim, poético em sua infinita beleza.
Leontino Filho, escritor, em 03/05/1993, por carta, Pau dos Ferros/RN.

A sensibilidade de Sérgio aparece em pequenos gestos e grandes atos de dedicação total - ao amigo, à causa, à criação de um poema ou à realização de um evento artístico onde aquilo que visualiza em sua mente transforma-se em beleza e nos faz vibrar. Assim são seus poemas – sensíveis, como o autor é sensível, mas...
Há muita sutileza em tudo que faz. Ele nos adverte que pode ser traquinas, irreverente, indecifrável. Em seu primeiro livro – PROFANAS E AFINS – ele nos adverte: MENINO, CUIDADO! Sérgio não é simples, nem óbvio, nem hermético, nem simbólico. Ele brinca com as palavras, coloca diante de nosso olhos imagens poéticas tão belas que estranhamos não estarmos diante de uma luminosa tela num museu de artes plásticas, ele permite que hajam leituras diferentes para um mesmo texto... e seja qual for a direção que tomarmos, nos encontraremos num caminho único : a constatação de que Sérgio Gerônimo é POESIA PURA.
Ao mesmo tempo em que Sérgio Gerônimo sugere ao leitor o seu “ser, profano”, oferece-nos anjos e afins...
Glenda Maier, 2000, cronista, poeta, editora, no site Livron-line.


Sobre OUTRAS PROFANAS –

Sérgio Gerônimo funde vida e obra, expressando de forma transparente sua maneira de estar no mundo – poesia de peito aberto e dorso nu: seja lúdica, introspectiva, sensual, irônica, filosófica, inflamada ou enigmática, ela sempre se mostra coerente com a postura vivencial do autor, indo ao encontro dos ideais mais nobres do ser humano, constantemente massacrados, soterrados. Honesta nas intenções e séria nos propósitos, sua produção nos merece grande respeito, pela sensibilidade e firmeza ideológica que a norteiam.
Leila Míccolis  – escritora de teatro, cinema, televisão, contista, editora e poeta, excerto do Prefácio do livro referido.


Krug Pilard leu hoje o poema CONTRADANÇA, de Sérgio Gerônimo (RJ/RJ), no livro “Profanas & afins”, e comentou que o poeta tem energia neoconcreta. A disposição das letras e palavras do poema, disse Pilard, se prestam às exibições de um bailado, à coordenação de movimentos e malabarismos de uma dança. O par se realiza, rodopiando pelo salão.
In Diversos Caminhos, Coluna do Zanoto, Correio do Sul, Três Pontas e Sul de Minas/MG, Ano 50, nº 6917, 18/04/1995 


Verifico a existência de uma forte e comprovada sensibilidade na sua poesia, onde o erotismo navega num tom mágico e sensual. Como timoneiro deixa transparecer o lirismo barco, respeitando o bater cadenciado dos ventos na vela ao som das gaivotas. Sérgio Gerônimo é um digno e respeitável representante do Alternativo no Rio de Janeiro/RJ, razão pela qual com elevada satisfação, o citamos como o VALOR LITERÁRIO do Pleno Saber, 12ª edição, jan/jun 1996
Agostinho Rodrigues, Presidente da AILA – Academia Irajaense de Letras e Artes, Rio de Janeiro/RJ.

“Agora eu sei,/ Que as palmadas de mão aberta,/ estalando feito ovos na frigideira/ Eram afagos que não se apagam./ Já vou, mãe!” Versos belíssimos de Sérgio Gerônimo, que lançou seu magnífico livro “Outras Profanas” , no dia 27 de maio, no Museu da República do Rio de Janeiro.
Leilah Solon Ribeiro, Folha de Frontin, pág 03, junho de 1998, Vice-presidente da Academia de Ciências, Letras e Artes de Engenheiro Paulo de Frontin, Engenheiro Paulo de Frontin/RJ

Amei o "Outras Profanas", você coloca seus poemas com arte e síntese. Abraço do poeta Antonio Acevedo – por carta, 10/06/1998, São João de Meriti/RJ.


Ilmo Sr. Sérgio Gerônimo
Após ter lido sua poesia (mago)Lago. Difícil ter palavras para um elogio, pois são palavras que vêm do fundo do coração. Gostaria de receber mais obras poéticas suas. Sem mais para o momento.
Paulo Cesar Schmitz, poeta – por carta, em 05/08/1998, Balneário Camboriú/SC.

“Outras Profanas”, onde encontramos uma pessoa liberta, não profanando ou profanadora, mas criativa na palavra e na forma. Não vendida, mas madura e enfrentando a modernidade, de peito aberto, até usando seus artifícios, para mostrar que a palavra poética é imbatível.
Ari Lins Pedrosa, in Notas Literárias, nº 65, Ano V, setembro de 1998, Maceió/AL.

Prezado Sérgio Gerônimo
Comunicando o recebimento do livro Outras Profanas, de sua autoria. Li e gostei. São poemas bem elaborados e originais, na forma e conteúdo. Poemas modernos, diversificados em poemas concretos, poemas semióticos, versos livres, haicais. Riqueza e variedade de ritmo e forma, expressando vivência e sensibilidade ímpar. Em destaque: corda bamba, posto seis, trem da serra, vazio, vida 2, as mãos de Eurídice, armatilha (sic), M, filtro, supostamente, anjo... E outros. Obrigado pelo presente. Cordialmente, Ivanira de Souza Lima Dadalt, poeta – por carta, em 30/09/1998, Jundiaí/SP.

Prezado Sérgio,
Recebi o seu livro “Outras Profanas”, que é poesia que brota da autenticidade da vida. Parabéns! Um abraço e continuação de sucesso.
Fernanda Godinho Esteves, poeta, por carta em 08/09/1998, Lisboa/Portugal.

Sérgio, meu querido: adorei seu livro. Gostei da capa. Gostei da apresentação, da paginação, do conteúdo inconfundível de seu estilo. Principalmente de sua dedicatória gostosa. Destaco: ‘inda que ontem fosse hoje, anjo, as mãos de Eurídice (bravo, lindo!), exercício, vida 2, rival – despertar, Marília, elegia, última cena e o pano desce e eu vou embora, roas dos ventos e todos das páginas 42 a 52. E mais: lago, trem da serra. Enfim, todos, os líricos, os que eu entendo, os que me são herméticos... Todos. Você é inimitável. Saudades, beijos.
G.P.Garcia, médica, poeta – por carta, em 10/10/1998, São Lourenço/MG.

Sérgio Gerônimo se diversifica, em seus poemas, em verdade sem perder o que pode haver de autêntico no que escreve e nos transmite. Por vezes procurando inovar, sendo até ousado em seu sentido renovador. Mas nunca sem perder a autenticidade do fazer poético.
Fagundes de Menezes, Presidente da UBE/RJ, 1998 –  romancista e poeta, excerto em aba do referido livro.

Comentário do livro ''Outras Profanas'', de autoria de Sérgio Gerônimo, Oficina Editores, 1998, Rio de Janeiro/RJ.
Mergulhar na obra de Sérgio Gerônimo é encantar-se num mundo cósmico, no qual o sagrado e o profano se entrelaçam metaforicamente. Os símbolos mitológicos são expressão dos mitos inconscientes que o autor conserva através dos laços atávicos do ir e vir.
A razão, o afeto e a paixão se complementam e fascinam. Seus conflitos existenciais são metabolizações psíquicas, que em vez de deprimi-lo o redime e o faz grandioso, infinito. Lança-se ao mundo, é um aprisionar-se, libertando-se.
O livro em epígrafe é composto de poemas livres pós-modernos, concretos, haicais - cujo conteúdo varia do conflito interior do cotidiano, das relações psíquicas urbanas, do sensual, satírico social-político, misterioso ou filosófico.
Seguro no verso, tem uma proposta própria de inquietude e liberdade. Ficção e realidade se interpenetram. O implícito e a nudez de suas emoções transparecem, jorram em abundância.
Com aguda sensibilidade, menos explícita e mais sutil, faz e desfaz, jogando com as palavras, estas bem encaixadas e poderosas, na medida de que reflete uma situação, um pensamento, uma ficção.
''outras profanas'' possui uma semiótica implícita, qual magia de anjos, demônios e arcanjos. Sérgio, em ''consumível combustão'' pg. 40...'' procura-se um poeta... procura-se o poema''... Você é o poeta que desfila seu poema, na avenida semiótica da construção pós-moderna.
Aí o autor é sensual sem ser lascivo; maduro sendo ainda criança; intelectual sem ser intelectualizante; lúdico, sendo sério.
Obra livre, flexível, exuberante! Alia ousadia e sensibilidade humana. A cumplicidade do dia-a-dia, com seus universos, desperta, recomeça e enternece(pg. 27).
O mundo da criação de Sérgio Gerônimo é ''um pequeno grande céu''. O mistério e o sublime de muitos versos surreais encanta, torna inesgotável e mágica sua criação. Enfim uma poesia intelectual, que não obstante nos leva a brincar. Para sintetizar, cito Scaliger: ''o poeta é um outro Deus que pode criar o que deve ser''
Publicado em: http://www.secrel.com.br/Jpoesia/mscardoso3c.html
por Maria do Socorro Cardoso Xavier, poeta e psicóloga, João Pessoa /PB, Brasil


Ao voltar do Rio, onde passei uns dias, uma surpresa agradabilíssima: OUTRAS PROFANAS. És realmente original! Ainda não o li todo, mas destaco: pré-natal; corda-bamba; trem da serra. Você é um poeta singular e eu o admiro.
Adelina Queiroz, Petrópolis/RJ/ 1998, poeta, contista, por carta.

Saudações caro Sérgio!
Venho informar o recebimento de seu livro “Outras Profanas”. Agradeço de coração conhecer uma abordagem nova no campo poético e queria destacar os poemas: Anjo, Exercício e Anteros.
Marcio Papa – por carta, Petrolina/PE, 1999

Parabenizo-o pelo excelente livro “Outras Profanas”. É uma leitura prazerosa (li-o e reli-o). É uma verdadeira aula de “poesia pura”, aonde a palavra vem depurada, bem tratada. É uma obra que merece ser divulgada, bem como todo o seu trabalho, que deve ser do mesmo nível.
Candida Maria de Lima Papini – poeta, 02/02/1999, Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Bragança Paulista/SP.

Sergio Gerónimo, Rio de Janeiro, Brasil. Ed Cadernos de Poesia. El poeta nos tiene acostumbrados a esta casi hermética poesia, donde el angel y el demônio se confunden com el hombre. Y em el trajinar de la condición humana, el bien y el mal se hermanan profundamente para estallar em palabras que se tornan haikus o cantos novedosos. La búsqueda de la expresión poética, permanente em Sergio Gerónimo, se basa em el ritmo y la musicalidade que trasmiten lãs imágenes a través de versos em los que lãs palabras se elevan más allá de su sentido lógico, alcanzando uma insólita autenticidad.
Anny Guerrini, In Obstinada Palabra, Número 26, Año V, Bahía Blanca, Argentina.


25/01/2001 – 22:55hs, por e-mail
Olá Sérgio:
Quanto tempo vinha perdendo  por não  entrar  na sua sala e usufruir da amorosidade da sua vida ... dos seus sonhos... dos seus projetos !!!!! Mas agora estamos aqui... Que site lindo... inteligente... cuidadoso!!!!!! Ligarei para você amanhã. Tenho algumas amigas que estão interessadas na Ala dos Poetas do Império Serrano. Eu também !!!
Um beijo.
Carmem Lemos, Rio de Janeiro/RJ


Armazém Literário / Rádio Magia
Atualizamos hoje, 28 de março de 2001 o site Armazém Literário O Canto do Conto e da Poesia. Em www.armazem.literario.nom.br você, amante da literatura, poderá encontrar trabalhos novos em quase todas as seções, veja abaixo:
Agradecimento especial: a Arlete Moreira dos Reis pelo mimo precioso em forma de um CD onde além de músicas excelentes, contém sua entrevista na Rádio Magia no programa Poesia Plural, idealizado por Sérgio Gerônimo, Tom Reiss, Messody Benoliel e Glenda Mayer, todos amigos e participantes da APPERJ. Foi bom ouvir sua voz, Arlete, muito bons os poemas declamados. Parabéns.
Malva Barros Oliveira, Lapa, Rio de Janeiro/RJ


Arlete Moreira dos Reis, no Programa Poesia Plural

Wednesday, April 11, 2001 10:17 PM
Sérgio Gerônimo em Lisboa
Prezado Carlos Leite, li, na sua última mensagem, que você está ai em Lisboa, recebendo, entre outros, o Sérgio Gerônimo. Se for o Sérgio Gerônimo Delgado, morador do Rio, no bairro do Meier, poeta moderno, quero dizer que o conheço desde criança. Como você pediu manifestações para os seus convidados, aqui vai a minha para o Sérgio Jerônimo. Que ele aproveite muito a estada em Lisboa, mergulhe na história portuguesa, que é também um pouco da nossa. Que sinta a semelhança de costumes, nomes, lugares e cortesia do povo tão parecido com o nosso. Ver Portugal é fazer uma identificação com as nossas origens e se aprimorar culturalmente. Ainda tendo como cicerone Carlos Leite, que não conheço pessoalmente, mas já o estimo como se conhecesse. Ele é uma pessoa fantástica, quando faz esta aproximação entre brasileiros e portugueses. Para o Sérgio Gerônimo, um grande abraço saudoso da velha amiga.
Conceição Rosa Gomes, de Madureira, Rio de Janeiro/RJ.

April 11, 2001 7:57 PM
para Gladis Lacerda, Sérgio Gerônimo e Anna D'Castro: 
Que a estada de vocês em Portugal seja repleta de encantamento, boas surpresas e prazeres. Que se deliciem, por mim, em todas as imagens que captarem, em todas as aventuras que passarem e, claro, adquiram alguns quilinhos em meu nome, com a maravilhosa culinária portuguesa.
Espero que o lançamento dos livros de vocês (Cacos de mim; Coxas de cetim e Aquela Voz) seja brindado pela sorte preciosa do sucesso, e porque não, com um bom vinho do Porto.
"Em terras lusitanas
Poetas cariocas aportaram
Iam fazer poesia
Mas se enganaram
Pois na poesia
Já estavam"
Um grande abraço para todos,
Luiz Fernando Prôa, Rio de Janeiro/RJ

April 17, 2001 3:50 AM
Lançamentos - CARLOS, meu querido amigo:
Desejo que você hoje e sempre esteja feliz. Feliz por saber que meus amigos GLADIS LACERDA,  SÉRGIO  GERÔNIMO  e  ANNA   D'CASTRO  fizeram  um  sucesso  muito  grande  emPortugal, com seus livros (Cacos de mim, Coxas de cetim e Aquela voz)...  Feliz por prenunciar essa vitória literária desses dois brasileiros fantásticos e da Ana, portuguesa, com o coração dividido, em partes iguais, com Portugal e o Brasil. Aliás, creio que não há brasileiro que não tenha um pouquinho de Portugal no coração, nem português que não acalente o mesmo sentimento pelo Brasil, o que é muito louvável, em razão do forte parentesco existente  entre  Portugal  e  Brasil.
Maria Nascimento, trovadora, Rio de Janeiro/RJ


11/09/2003
Atentado Poético
Oi Sérgio, parabéns pela matéria no Jornal Nacional, foi muito boa a iniciativa, não sei de quem, mas ficou muito legal. Graças a vocês, tu, Laura e os demais que estiveram presentes, o livro teve um especial destaque naquele dia duas vezes fatídico. Parabéns novamente - aos poucos a poesia, a literatura vai tomando seu lugar, graças àqueles que lutam por ela.
um grande abraço
Helena Ortiz, criadora e apresentadora do Panorama da Palavra, Copacabana, Rio/RJ



13 de setembro de 2003
Sérgio Gerônimo amigo, adorei ver você na tevê (Jornal Nacional Globo) dia 11, apesar da tragédia que essa data nos lembra para sempre. Gostei das palavras que pronunciou concisa e emocionadamente. Além disso, você é muito "telegênico": jovialíssimo e "gatésimo" (Benza Deus!). Parabéns pela bela idéia de deixar um livro de poema "descansando" em um banco de praça. Obrigada pelas constantes e boas notícias poéticas. Boa sorte!
Helena Ferreira, diretora da UBE/RJ.

30/07/06 – 21:24h, por e-mail
Caro Sérgio, estou muito lisonjeado com seu belo poema, (Salve, Sylvio!) ora direis!...
Obrigadíssimo.
A propósito: nunca o havia recebido antes.
E, gracias, também por se dispor a passar adiante o release da Cinemateca Sylvio Back.
Bom saber que v. conhece "Cruz e Sousa - O Poeta do Desterro". Adorei fazer o filme...
Boa sorte e muita inspiração.
Abraços, Back


Amigo Sérgio, a cada dia que passa você consegue ser melhor na sua criação poética. Digo-o como sua leitora e admiradora que cada vez mais se emociona com a sua arte. AS MÃOS DE EURÍDICE são pura ternura. Bjs. 
In OUTRAS PROFANAS.
Manuela Gaspar, bibliotecária, por e-mail, 11/12/2009, 21:36h


Querido Sérgio, adorei o poema “Trem da serra” (de outras profanas) em .pps, produzido por Lydia Simonato associado ao chorinho. Ambos ótimos. Parabéns! 
Astrid Cabral, poeta, por e-mail, 15/06/2010, 17:19h


Grande amigo Sérgio:
A Sonia recebeu e me repassou o PPS com seu poema "Trem da Serra". Muito lindo e bem no ritmo do trem. Lembrei da adolescência, quando morava em Inhaúma e pegava o trem maria-fumaça para saltar em Vieira Fazenda e ir a pé até Sampaio, onde estudava no Colégio Salesiano. 
Neuci Gonçalves, médico, poeta, por e-mail em 16/06/2010, 11:06h


Parabéns, Sérgio Gerônimo! Você continua imbatível! Seu poema TREM DA SERRA  tem o ritmo do trenzinho e do chorinho, tão encantador! 
Dora Locatelli, escritora, por e-mail em 16/06/2010, 22:53h


Adorei a paródia “Trem da serra” (de outras profanas) em slides e-mail. É muito legal para trabalhar com aluno. É divertida! Sucesso querido! Você merece.
Bj
Celi Luz, poeta, por e-mail em 18/06/2010, 07:12h


Oi, Sérgio, gostei do Trem da serra (in Outras profanas). Um modo diferente do vai e vem do trem, legal!
Beijos.
Cleusa Sarzêdas, poeta, contista, por e-mail junho de 2010


Sobre COXAS DE CETIM –

Sobre a Poesia em Coxas de Cetim
As diferenciações básicas de um livro, ainda mais se tratando de poesia, revelam os fundamentos literários do autor, em suas nuances, pela estrutura exata do poema e pela colocação adequada da palavra, para que a imagem seja obtida com êxito e eficiência. Ao contrário das religiões, que partem do objeto (Bíblia) para o subjeto (espírito), a poesia é exatamente o oposto, pois parte do segundo valor para o primeiro, donde o fantástico poder de aferir à idéia seus simbolismos, lirismos e a doce sublimação da carne no contágio dos olhos com o texto, da imaginação com a realidade. O discorrer dos vários motivos contidos na descoberta do poeta implica na certeza da tese contraposta, sem que busque vocábulos para adjetivar, em demasia, o que os substantivos em si demonstram, evitando daí a linha demagógica do período fácil.
Coxas de Cetim permanece nestas alternativas com sólidos quadros de períodos concisos, deixando ao leitor a suprema bonança de refazer, em sua ideia, o líquido contar das sensações e das verdades. ''A poesia não precisa ter sentido'', dizia Charlie Chaplin. Com sentido expresso tal qual neste livro, Sérgio Gerônimo, seu autor, transmite o invisível para o visível, dando forma e conteúdo aos seus poemas, imagens que se entrelaçam incansavelmente. Uma vitória da literatura alternativa e de seus criadores, onde Sérgio Gerônimo marca presença indelével. Prossiga assim e a Poesia engrandecer-se-á. Segundo Victor Hugo: a Arte maior.
Flávio Rubens, poeta, jornalista, romancista, cronista, membro da UBE/RJ e da APPERJ, in prefácio do livro, julho de 2000, Rio de Janeiro/RJ

Introdução a Coxas de Cetim
Após tantos anos e sucessivas leituras, de responsabilidades na seleção e no juízo crítico desigual das diversas correntes, anteriores e contemporâneas: vanguardistas, históricas, políticas, visuais, elétricas, cabalísticas, eróticas, surrealistas, futuristas, anarquistas, niilistas, classissistas, eruditas, cordelistas, ritmistas, populistas, socialites, induístas, impressionistas, intimistas, exibicionistas, simbolistas, saudosistas, tropicalistas, modernistas, conclui-se que Sérgio Gerônimo consegue e prossegue sua linha existencial, vivíssima. A tarefa da abordagem na seleção dos textos levou-me a escolher: Dúvida, Ciclo-vício, Advertência, Ecuus, Vida 2, Pêssego, Atol, Coxas de Cetim e tantos outros. Sérgio Gerônimo persegue e extrai vida o tempo todo das esquinas, dos buracos, do mar, do velho e sempre bem-vindo amor urbano, do cotidiano, do limite entre os três sexos que assume com muita característica, se é que amor (ou erotismo?) tem limite ou característica e pela busca afetiva, intrigas, pela Amititia. Conjugar tanto sucesso junto é tarefa de poucos. Ufa! Que alívio! Da FFF (Fiel Fã Feliz, porém nem tanto feliz como você, mas por você).
Juju Campbell, Poeta, jornalista, membro da UBE/RJ e da APPERJ, in orelha do livro, julho de 2000, Rio de Janeiro/RJ

Sussurros
Em Coxas de CetimSérgio Gerônimomais uma vez, coloca suas cartas profanas sobre a mesa. Lâminas sedutoras, mistérios duplos. O poeta guia-nos pelos caminhos noturnos dos sentidos, e nos quase obriga , "eterno e alheio"a rever todo nosso imaginário romântico-amoroso quando, em Amplitude, nos diz "'vazio frio sem cio silencio". Sua poesia, dita hermética por alguns, é profa(u)na, moderna e ancestral, ao mesmo tempo; como ele. Labirinto. Seus versos despem cetins, " urros e sussurros"... Coxas de Cetim nos induz ao retirar véus, aspirar mirra, morder um Pêssego e "proclamar liberdade na tarde que arde de íntimo fervor". Continue cantando Shirley Horn, não silencie! O poeta, hoje, aceita música em troca da solução do enigma. Amanhã...?
Márcia Leite, Poeta, jornalista, cronista, membro da APPERJ, in orelha do livro, julho de 2000, Rio de Janeiro/RJ

POEMAS SERGIANOS
Em Coxas de Cetim, Sérgio Gerônimo nos incita a visitá-lo em páginas plenas de sensualidade, num ritmo próprio de quem está na roda, girando e girando, como quem sabe o que quer. Fala e esmiuça sentimentos de mulher, eivados de um erotismo fecundo e intenso, num movimento de ''quero mais''. Em ''Profanas & Afins'' ele afirmava ser contraditório, imenso e com multidões dentro de si; em ''Outras Profanas'' seu fazer poético permaneceu autêntico e nos satisfez ao considerar sermos ''supostamente humanos''. Em magia plena, de bruxo que sabe burilar palavras, num abracadabra sem igual, invoca magos excêntricos, musas e gnomos, duendes & poetas. Agora, não satisfeito, admite a possibilidade de vir a ser lagoa tépida, estrela do mar, apesar da transparência de marés revoltas. E esse desejo se revigora em Coxas de Cetim onde a sensualidade aflora numa cadência  única, excitando-nos. Dualidade que nos leva a muito mais querer viver, não um amargo e insosso existir. Binômio que nos fascina e conquista, coxas e mais coxas, sempre bem-vindas nos poemas sergianos...
Messody Benoliel, Presidente fundadora da APPERJ (Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro), membro da UBE, in 4ª capa do livro, julho de 2000, Rio de Janeiro/RJ

Há eventos e ventos. O casarão de cultura de Santa Tereza (Casarão Hermê), por ocasião do lançamento do livro “Coxas de Cetim” do poeta Sérgio Gerônimo, trouxe ao mundo literário a importância correspondente aos eróticos conceitos nele contidos e reuniu a fina sociedade carioca, num ambiente de substantiva récita de poemas concisos e bem formados. A estrutura do evento brindou a todos com a exigência mais perfeita possível, trazendo aos ventos do erotismo a beleza fundamental da poesia.
Flávio Rubens, poeta, jornalista, romancista, cronista, membro da UBE/RJ e da APPERJ, por carta em 15/11/2000, Rio de Janeiro/RJ

Ilustre confrade! Grato pelo envio de seu excelente livro "Coxas de cetim". Cordialmente.
Fagundes de Menezes, presidente da UBE/RJ, dezembro de 2001, Rio de Janeiro/RJ

Acabei de ler teu poema (poderia ser um tango ou bolero)... Adoro tango! Mas quero aproveitar mesmo é pra te agradecer muitíssimo por tuas “coxas”, dentro das quais embalei-me por horas a fio. Maravilhoso, Sérgio... De uma sensibilidade explícita, simples, que gostaria de saber escrever. Obrigada.
Aila Magalhães, poeta, janeiro de 2002, Fortaleza/CE, por e-mail.
  
Coxas de Cetim, de Sérgio Gerônimo (Rio de Janeiro: OFICINA Editores, 2000, 1ª edição, 70p.; ilustrações de Tom Reiss). Trata-se de um volume de poemas eróticos, escritos com entusiasmo (lógico!) e mostrando que o poeta já ultrapassou a fase de aprendizado dos dois primeiros livros. Profanas & afins (1990) e Outras profanas (1998). Sendo um livro de lírica erótica, natural que o tema se repita em todas as peças, e o primeiro sinal de maturidade do poeta está justamente em evitar a repetição desnecessária do enfoque: Sérgio Gerônimo não se repete, muito embora a todo instante surjam vocábulos relativos às partes do corpo feminino, mesmo sob forma alegórica, e não é raro o poeta aproximar palavras parônimas ou parófonas para maior vantagem poética. Outra prova de madureza: não cair no pornográfico, nos termos que, de maneira chula, nomeiam as partes íntimas da mulher. Sua poesia erótica se alimenta não só do tesão vocabular, mas acima de tudo do respeito a certos limites de bom gosto. Vale a pena conferir.
In TRIBUNA LITERÁRIA, Tribuna de Petrópolis, 20/10/02, Petrópolis/RJ
Fernando Py, poeta, crítico literário.

Coxas de Cetim, o ápice da sedução, da sensualidade, o cheiro do sexo em palavras.
Flávio Medeiros Dórea – leitor, maio de 2003, XI Bienal Internacional do Livro, Rio de Janeiro/RJ.


Coxas de cetim
Parodiando Sérgio Gerônimo

As “Coxas de cetim” que bem cantara
O Sérgio, ilustre bardo, nos poemas
De um livro, hoje me inspiram novos temas
Para cantar uma beleza rara,

Que um dia na visão me apôs algemas,
Mostrando o que causou-me intensa tara:
A formosura da pernoca clara
Com sensações eróticas supremas.

Quisera aquelas coxas de cetim,
Tocar, beijar... num frêmito sem fim,
Subindo dos joelhos à virilha;

Somente assim seria realizado
O sonho há longo tempo decantado
Da posse desta oitava maravilha.
Soneto 2894 – Jorge Tannuri – 22 de dezembro de 2003.


Que viagem gostosa desfrutei ao ler a poesia do seu livro "Coxas de Cetim". 
Um verdadeiro "Exercício" de palavras entrelaçadas, entrecortadas, ritmadas, rimadas... Deliciei-me com "Spaghetti ao Óleo e Creme!".  - Hummmmmmm. Aconcheguei-me nas "Coxas de Cetim", macias... Envolventes... Saciei-me com "Pêssego" - De-li-ci-o-sa-men-te doce! Um som anunciado plasmou no éter um "Eccus" extasiado de um prazer angustiado, permanecendo nos meus ouvidos sensíveis. Sérgio, foi uma verdadeira "Devassa"!   Minha "Vida revisitada", agradece.
Amigo: "Afrodite se Quiser"!
Alzirita Travassos, Idealizadora do "Projeto dizer Poesia", no nosso Espaço Literário: "Portal Ser", Marapendi Shopping, Barra da Tijuca; setembro de 2004, Rio de Janeiro/RJ.


“li um livro incomum: autor pulsante, poesia pungente, páginas vivas”.
 E-mail de Jorge Leão, Diretor do Jornal Barra Comunidade, Rio/RJ, 03/06/05.


Estou relendo ”Coxas de Cetim” e devo confessar como gosto desse livro. Ele me ajudou muito no meu caminhar poético e devo isto a você, que sempre me cobrou atitudes. Gosto da forma que você escreve e como constrói seus versos.
Neudemar Sant’Anna – poeta, coordenadora do projeto Poeta saia da gaveta, abril de 2006, Rio de Janeiro/RJ.


Mil leituras!
Grande Mestre das palavras, até agora estou me deliciando com as coxas de cetim!
Passei com entusiasmo e lirismo pela PANínsula e me fartei de Códigos de Barras, Belabun indiferente a tudo, se sente a dona do espaço, a mais cobiçada, a mais fotografada. Não dormi meu caro poeta, apenas li, e agora? Vou cobrar pela minha insônia. Sonhos de cetim para nós,
Eurídice Hespanhol, por e-mail, sexta-feira, 7 de setembro de 2007, 12:32.


Sérgio Gerônimo, poeta erótico
Em Coxas de Cetim (2ª edição), Sérgio Gerônimo trabalha com a palavra, não como mero escultor de signos, mas como alquimista que mistura cores e sabores. E sabe infundir, no ritmo, velocidade tal, que só os virtuosos da síntese realizam plenamente. É que ele tem o dom de reunir essências, essa intuição rara que nem todos os poetas possuem. Como se isso fosse pouco, ele revoluciona o vocabulário tradicional da poesia. O seu léxico é puro fogo inovador. É ousadia que decorre da irreverência com que ele, a um tempo, canta o sensualismo e o erotismo e protesta contra dogmas e convenções. Algo horaciano, ao afirmar, em "Expectativa", "a viva é tão curta e minha capacidade de criar tão intensa", o seu clamor existencial ressoa num voo de epicurista celebração da vida. Em todos os poemas do livro, dos quais destaco "Ritual" e "Seios-escultura", este de primoroso acabamento artesanal, percebi o poeta dionisíaco que desvenda imagens de exaltação da libido, suscitando volúpias e esplendores.
Márcio Catunda, poeta, diplomata, por e-mail em 1º/07/2010, 09:09h. 




Sobre PANínsula –

Salve Sérgio: acabei de ler Alfanges e Viúvas. Lindos! Perfeitos! Parabéns! O material que já pude ler está perfeito a nível histórico e poético! Um abraço,
Ricardo Ruiz de Muniz – historiador, poeta, 2002, Rio/RJ.

PANínsula é um título intrigante e sugestivo. O neologismo inventado por Sérgio Gerônimo diz de cara ao que veio: pan de internacional e ínsula de ilha. O livro é uma tradução do espírito ibérico: infinitamente universal e local ao mesmo tempo, da mesma forma que o azeite e a água misturados, não há amálgama possível! Nós, os latino-americanos reconhecemos bem nossa herança. PANínsula é uma declaração de amor à cultura ibero-luso-espanhola.
Ricardo Ruiz de Muniz, Cosme Velho, Rio/RJ, 2/04/2002, excerto para Prefácio do livro citado.


Falar do escritor / poeta Sérgio Gerônimo Alves Delgado, não será fácil.
Como poeta é pessoa muito sensível, algo místico e com o seu quê de lirismo. Autodefine-se como: - “sequer por um momento / ensaiar o futuro tento / aqui e agora é mais seguro / mergulho no segundo: / sou (re)nascimento / sequer por um momento / esconder o lógico tento / aqui e agora é mais óbvio / móbil o dia e a noite : sou movimento / sequer por um momento / evitar o encontro tento / aqui e agora é mais compacto; / contacto o instante: sou relacionamento / sequer por um momento / tento / faço / e desfaço : sou (in)vento”. Aqui, podemos encontrar o poeta, o sensível, o místico Sérgio Gerônimo, que, como principal virtude tem a sinceridade , assim como seu principal defeito. Mas ainda podemos conhecê-lo melhor, quando nos fala da sua meninice : - “Morei numa casa que tinha uma mangueira que dava abiu, eu era o único com tal pomar ...”. Talvez a partir desta sua definição, possamos compreender a sua formação e forte personalidade. Em PANínsula, vamos encontrar o poeta na sua plenitude de homem sensível, que adora a Península Ibérica, nomeadamente a Galiza e Portugal. Embora em forma “lírica”, o Sérgio Gerônimo, demonstra acima de tudo o seu amor por estas paragens que, à sua maneira, as pretende homenagear.
Carlos Leite Ribeiro — Director do “Cá Estamos Nós”, Portugal, 2002, em aba do livro citado.


 O percurso ibérico de Sérgio Gerônimo     
O poeta Sérgio Gerônimo redescobre a Ibéria mítica em suas andanças por Espanha e Portugal, traduzidas em poemas iluminados pelo sol andaluz e suavizados pela brisa do Tejo. São longas caminhadas aos mais diferentes sítios, matizados pelas culturas locais e absorvidos pela observação perspicaz do poeta, que encontra o modo próprio e o ritmo adequado de celebrar cada marco de sua viagem.
Cada poema corresponde a uma estação desse itinerário cumprido com entusiasmo e harmonia. Trata-se do diário poético de uma bela viagem. E dá para imaginar o que seriam os diários de bordo das grandes viagens marítimas dos séculos quinze e dezesseis, se fossem escritos pelo poeta desta navegação terrestre pela Ibéria.
Quem ama e conhece a terra ibérica tem a oportunidade de reencontrar-se com o apelo de sua beleza, ao viajar, com o autor, nestes poemas.  Quem só a estima de longe, mas a desconhece, tem aqui o ensejo de surpreendentes revelações. Uns e outros estão convidados a empreender essa maravilhosa viagem, conduzidos pelas mãos experientes do poeta.
Reynaldo Valinho Alvarez, 4ª capa, 2002, Rio de Janeiro/RJ


Prezado Sérgio Gerônimo:
Parabéns renovados por seu livro PANínsula, que acabo de receber. Trata-se de uma produção gráfica muito bem cuidada, que embeleza os poemas do autor, criando-lhes uma aura propícia ao interesse do leitor. Honro-me em estar entre os que comentam a sua poesia (4ª capa) e renovo meus votos de merecido sucesso para essa nova expressão de seu labor literário. Meus agradecimentos pela remessa do que considero um bonito presente. Nosso aplauso e nosso abraço de sempre, meu e da Maria José.
Reynaldo Valinho Alvarez, membro da UBE/RJ e do PEN Clube do Brasil, por carta, em 18/06/2002, Rio de Janeiro/RJ

Encantada com “PANínsula” – poesia, OFICINA Editores, de Sérgio Gerônimo. De tudo este livro contém: história milenar em verso pós-modernista, mitologia greco-romana, geografia, toponímia antiga. Um tratado lírico-épico da Península! Um livro para se degustar aos poucos – tanto pela estética quanto pela profundidade de conteúdo. Parabéns! Uma obra ímpar no gênero. Capa fantástica: Pan e sua flauta Siringe sobre as terras ibéricas a olhar o Novo Mundo.
Socorro Xavier – escritora, poeta, junho de 2002, João Pessoa/PB.

Você já viveu a experiência de ser lida por um poema? Só os que já viveram esse momento poderão me entender. Fui ao lançamento de PANínsula – poesia (OFICINA Editores), de Sérgio Gerônimo e iniciei o recital homenageando meu amigo, meu irmão, meu companheiro, interpretando o poema que dá título ao livro: “PANínsula”. Poesia dele “me leu”. Só os grandes poemas são capazes de LER os intérpretes. Eu “fui lida”. Se você quiser vivenciar esta experiência... Faça o que eu fiz: leia PANínsula, de Sérgio Gerônimo: uma apresentação primorosa, os poemas são um somatório de sensibilidade de alma, conhecimento racional e explosão de emoções. Entender o livro pode parecer, em um primeiro momento difícil, mas, se você ousar mergulhar em sua essência acabará como eu, sendo lido pelo poema e sentirá o ritmo, força e beleza de PANínsula. O resto? É conversa! 
Glenda Maier, poeta, editora, cronista, outubro de 2002, Rio de Janeiro/RJ.

Finalmente, apareceu Sérgio Gerônimo. Com um início literário de pesquisas solidificadas no Concretismo, com formas inusitadas trouxe-nos com este livro substantivo o poeta dono de si, com texto elaborado na concisão das palavras e dos motivos no escorrer sintético do verso adulto. “Travestido de eros” encontrou a difusão do conluio sem se deixar levar pelas “velas indomáveis” da embarcação ao vento. O ruflar dos seus tambores conceitua o estudo semântico na valorização dos vocábulos e na narrativa madura do fato disseminado. Não é um poeta só. Tem no seu mundo interior a sólida presença da existência corpórea sublinhada pela escolha certa do destino inarredável. A opção em cuidar das palavras não o faz um literato comum. Ao contrário, enriqueceu a literatura com a seqüência firme de um comandante disciplinado e disciplinador. “PANínsula” é um livro que satisfaz ao intelecto de forma abrangente e sugere que o prazer da vida é simbolicamente substantivo. Os adjetivos são inexistentes para o leitor que consome a lisura do texto e a organização das palavras. Fez, creio eu, o livro da vida pessoal e intelectual sem ferir as cores dos momentos vividos e a sabedoria adquirida com o passar dos anos. Felizes estamos nós de tê-lo encontrado.
Flávio Rubens — poeta, romancista, por carta. 
 
    

Sérgio Gerônimo, PANínsula é o seu melhor livro (OFICINA Editores). Graças à sua sensibilidade, você nos conduz a um passeio fascinante por Portugal e Espanha. Tão bem elaborado, que poderá concorrer com os melhores poetas brasileiros e por certo, será um deles. Parabéns! Continue nos presenteando.
Dalva Cardoso Sampaio – poeta, membro da APPERJ - Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro, outubro de 2002 – Rio de Janeiro/RJ.


Valeu, poeta!
Ainda estou boquiaberta com a qualidade de “Catalunha”, poesia, in PANínsula – poesia (OFICINA Editores). Não que me surpreendesse, pois já conheço seu talento desde as apresentações no “Sarau João do Rio”. O que me impressiona em você ainda é sua habilidade em fazer prosa. Geralmente isso não ocorre, alguém ser tão bom nas duas formas.
Elaine Pauvolid – poeta, crítica literária, editora do boletim eletrônico, via Internet, ALIÁS, outubro de 2002, Rio de Janeiro/RJ.


Saiu o mais recente livro de Sérgio Gerônimo Delgado. Como pediu Lobão e Beth Carvalho, ele numerou os exemplares. Realmente, é uma grande idéia. Lobão deu uma entrevista na TV em que disse que o projeto de lei se limita aos discos. Ele não sabe como está sendo e nem como será com os livros. Por que a gente está numerando os nossos livros, não sabemos bem. No entanto, foi assim com a numeração das páginas, nos primórdios da construção do livro editado. Primeiro usaram letras, depois assinaturas, e mais tarde a numeração em cada página. Se a numeração dos livros parece difícil por ora, um dia será tão útil que não saberemos mais entender como não se numerava antes. A princípio fica um controle muito inteligente da quantidade de livros vendidos. Ainda estou boquiaberta com a qualidade de “Catalunha”. Parabéns, Sérgio pela organização no lançamento e pela qualidade dos versos. O livro ainda tem na fabulosa abertura que Sérgio teve o cuidado de fazer, o poema de Francisco Igreja, fundador da APPERJ e grande poeta.
Elaine Pauvolid – poeta, crítica literária, editora de Aliás (boletim eletrônico).

Caro Sérgio Gerônimo
Ainda estou aqui me apaixonando pela sua PANínsula, me achando nas suas metáforas, “deitando meu leito nas suas vinhas”, “não disfarçando em pecado meu umbigo/nem planícies e planaltos que correm nos meus cascos”, sendo “mais fantástico do que divino” e ouvindo seu vento a me “carrear rezas”. Lindíssimo o seu livro. Forte de conhecimento e cheio de emoção à flor das sensações e do deslumbramento. Parabéns!
Rosane Villela – poeta, por carta.


Parabéns por PANínsula. Obrigado pela viagem que me proporcionou. PANínsula é um livro para ir lendo e reler. O ritmo da leitura é imposto pela arte do poeta. Viajar em PANínsula é acompanhar Sérgio Gerónimo por um percurso pessoal em que o autor procura a essência das coisas e achando-a torna-se mais pleno tornando o leitor mais próximo do transcendente. O fascínio pela profundidade do tempo, o apelo a uma outra dimensão, o cruzamento de realidades e a eterna provocação do destino como sopro de uma suprema divindade cósmica que chama através da voz dos lugares, das coisas e das memórias visíveis e ocultas, são belíssimos véus tecidos com as palavras de PANínsula.  Véus que caem deixando ver a alma de Ibéria, uma figura de luz que entra dentro do poeta como um fogo sagrado que entra dentro de um cálice. Depois é a grande celebração;  pela alquimia dos sentidos, nasce a palavra e as musas despertam, para a poesia ser celebrada.
Viajar por PANínsula é ver imagens, escutar sons, cheirar aromas e sentir mistérios, que se soltam dos poros das criaturas mágicas em que nos transformamos ao acompanhar Sérgio Gerónimo numa viagem de sedução. 
Soares Teixeira, poeta, setembro de 2002 – Lisboa/Portugal, outubro de 2002


PANínsula
A alma do poeta Sérgio Gerônimo por si mesma!
João Barcellos
Escritor / Consultor Cultural

   Há uma década atrás, no início dos Anos 90, na luxuriosa e cativante e serrana cidade denominada Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro [e onde, aliás, escrevi as primeiras anotações para o romance ‘Clube Brasil’], ouvi o poeta Sérgio Gerônimo dizer, quase cantando, em meio a alguma ‘nova’ da Marta Portugal, que lia as mãos de alguém:  “...há um Tempo dentro de Mim, um talvez Espaço onde a minha Sina”. Por instinto, anotei o dito e deixei-o entre as notas que, então, tomava para um escrito sobre o poeta luso-carioca Francisco Igreja. Não sei se aquele tão profundo quanto inesperado cântico d’Alma foi a inspiração para o seu livro “Profanas & Afins”  [Oficina Letras & Artes, Rio de Janeiro / Br-1990]... talvez sim. Nas últimas semanas de 2001 reencontrei aquela anotação [entre os poucos papéis que me sobraram dos assaltos que sofri] ao buscar os meus rascunhos sobre o Chico, no âmbito do seu livro ‘Semana Regionalista de 22’  [Edicon/Br.-1991] para  uma escrita comemorativa dos ’80 anos da SAM22’, e deixei-a à mão.
   Depois das euforias carnavalescas de 2002, recebo, do poeta Sérgio  - autor de trabalhos poéticos como “ser capaz de amar” [op. cit., pp. 73, 73] –   a obra poética ‘PANínsula’  e,  logo, reencontro a essência alquímica da anotação de 90: em Mim, o Tempo; no Espaço, uma Sina.
   Existe neste ‘PANínsula’ aquela não-comum Liberdade de alguém que aprendeu – e se inova – a Ser para continuar a saga bocagiana [‘o sábio não vai todo à sepultura...’] e, por ela – a Liberdade, o bom costume de retornar à História par se saber do “Nós, os ibéricos tropicalizados mas nunca esquecidos em si próprios” [BARCELLOS, João – in ‘O Luso-Carioca Chico Igreja’, pal., Sampa/Br.-1995]. Sim, porque “os estabelecidos sistemas sepultam o Poeta vivo, pois, na verdade, não podem capt[ur]ar-lhe a Alma” [idem]. Foi neste precário mas generoso e verdadeiro navegar vivificador que encontrei e conheci, no Rio, o poeta Sérgio Gerônimo – e, agora, eis o Poeta mais vivificador ainda: ‘PANínsula’  é a caverna delirante de onde os vates, os sanchos, os panças, os impérios, as inquisições, as poéticas, os povos... enfim, a História, nos diz[em] de um Todo ibérico reconhecível também na Alma tropical do Ser afro-brasileiro. Aqui, uma vertente lírica onde se podem ler certos sinais pessoanos e bocagianos [...também reflexos de Igreja e de Quintana],  mas, sobretudo, aquele Fado enunciado na serra carioca: a linha vivificadora do poeta Sérgio – ele mesmo!
   Estava certa, justa, mui justa e justíssima, a minha anotação feita em Paulo de Frontin... Eis o vero Poeta. Aquele alguém que é “...um Ser no ato profundo do Estar poeta[ndo] pelo equilíbrio filosófico do Nós” [PIÑON, Joane d’Almeida y – in ‘Das Partículas Poéticas’, art., Cult Journal, Houston/USA-1998]. Por isso, ‘PANínsula’ não representa o todo poético de Sérgio, é uma vitrine deliciosa da sua força lírica e da sua cidadania universal no contexto lusófono. Devemos erguer as taças e, na taverna da Poesia autêntica, saudar o poeta Sérgio Gerônimo.  [São Paulo/Br – 2002]
 

Sérgio Gerônimo, felicitando-o pelos altos momentos de poesia de “PANínsula” (bravo!bravo!) – uma revelação, realmente!
Stella Leonardos, escritora, poeta, Secretária-geral da União Brasileira de Escritores, abril de 2003, Rio de Janeiro/RJ.


Poesia é coisa séria!
Chamamos a atenção para reconhecermos, que o texto poético deve ser visto como objeto estético e não espaço para catarse ou confissão sentimental, como bem advertia Drummond em Procura da poesia. À guisa de exemplificação, mencionamos o livro PANínsula, de Sérgio Gerônimo. O autor, antes da elaboração de sua obra, viajou à Península Ibérica e pesquisou. Seus poemas são, portanto, fruto de estudo e não do acaso. As notas explicativas servem para facilitar a compreensão do texto, visto se tratar de um livro repleto de referências. Não queremos dizer que todo livro tenha que ser antecedido por pesquisa, muito menos que deva ter notas e bibliografia. No caso de PANínsula, sim, elas se fazem úteis. Queremos dizer que este livro é exemplo da seriedade com que a poesia deve ser feita: o livro tem projeto, intenção estética e utiliza os recursos estilísticos que caracterizam um texto literário.
Marcus Vinicius Quiroga, poeta, Doutor em Literatura Brasileira, crítico literário, editor do RIOLETRAS, In RIOLETRAS, Ano 2, Número 11, 2003, Rio de Janeiro/RJ, Brasil


PANínsula - O mitológico Pan (ou Pã), com sua flauta, pontifica soberano sobre o mapa da Península Ibérica, na capa da obra poética "PANínsula", de Sérgio Gerônimo, Oficina Editores, Rio de Janeiro-RJ, 2002. Conforme o autor, "Pan muitas vezes participava do séquito de outro deus — Dioniso, do qual era seu arauto (...)". São deuses ligados profundamente às origens europeias, em particular da Espanha, representando a ambiguidade do comportamento desse povo: ora sagrado, contido, religioso, cristão; ora profano, entregue à sensualidade, a toda sorte de extravagância.  Sérgio ainda nos chama a atenção para outro aspecto importante, agora relativo ao prefixo "Pan", que também significa "totalidade". Essa visão e busca de totalidade inspirou a Sérgio uma percepção abrangente, gestaltiana da Península Ibérica, mas também do Continente Europeu, em busca das origens e além das origens. Por dentro de tudo, implícito em tudo, o nosso Brasil e a própria pessoa do poeta, descendente de portugueses e de espanhóis. Numa obra belíssima, de um lirismo que mais um pouco se teria lançado ao épico. Esbanja domínio da linguagem, riqueza imagística e vocabular, combinando conteúdo, visualidade e sonoridade. Sérgio realiza uma obra de um lirismo incomum, que conta com um prefácio excelente de Ricardo Muniz de Ruiz, orelhas de João Barcellos, Carlos Leite Ribeiro, uma quarta capa com a assinatura de Reynaldo Valinho Alvarez. Além da ótima apresentação externa, o livro possui internamente várias ilustrações digitalizadas. Todo esse trabalho gráfico é assinado por Tom Reiss.
Ricardo Alfaya – poeta, crítico literário, editor do boletim eletrônico, via Internet, NOZARTE, www.nozartecultural.blog.aol.com.br/ . A crítica foi publicada na Coluna ilustrada “De Olho Vivo na Arte”, na edição do PD-Literatura,  www.pd-literatura.com.br/ Outubro de 2003, Rio de Janeiro/RJ, Brasil

Sérgio, parabenizo-me contigo pelas tuas atividades poéticas e editoriais. Aliás, o fazer poético às atividades de congraçamento dos fazedores de verso de nosso país. Como psicólogo atuas no mascaramento das psicoses dos escribas que escrevem, escrevem e não são valorizados nem pela própria família numa terra onde os maiores leitores são os próprios vates. Assim organizas os encontros onde os escritores apresentam seus trabalhos a outros autores, mutuamente  apreciando-se e criando uma atmosfera de "que aqui é meu lugar, porque aqui sou (re)conhecido". Como psicótico que sou e sei... Vou passar a frequentar os teus saraus, a partir de agora. Mas, na próxima semana, na segunda-feira, pois acabei de receber um telefonema do André Louzeiro, cobrando o meu comparecimento à ABI, teremos um encontro que é uma continuação de "meetings" anteriores, para tratar de assuntos culturais; terá duas etapas, a primeira às 17:00 h e a segunda a partir das 19:00; assim não poderei comparecer aos dois eventos, ao teu e ao do Louzeiro. Afianço-te que na próxima tertúlia estarei firme, dentro das possibilidades de um ancião de 71 anos, um poeta circunstancial, bissexto, como dizia Manuel Bandeira. Um grande abraço,  e espero que continues a batalhar pela cultura de nosso povo.
Carlos Alberto dos Santos Abel - Militar do Exército, Filósofo, Doutor em Letras Vernáculas/Literatura Brasileira, Conselheiro do SEERJ – Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro; RJ, 08 de novembro de 2003


Um talento múltiplo
Por ocasião do V Festival Carioca de Poesia (20 de novembro de 2003), o Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro pela sua diretoria decidiu prestar uma homenagem singular a um de seus associados. A missão que me foi confiada é dificílima pelas qualidades intrínsecas e literárias do homenageado. Falo de Sérgio Gerônimo, um poeta que encarna o espírito da nova geração. Um escritor visceralmente ligado ao fazer literário, aos problemas brasileiros e à língua portuguesa. Faz parte da geração dos anos noventa, uma generosa safra que a história haverá de peneirar. O homenageado se destaca nesta plêiade. É um poeta dotado de grande fôlego. Atua simultaneamente em muitas áreas. Um intelectual que pensa e repensa a literatura nas 24 horas do dia. Vive a poesia, se alimenta dela, dorme com ela e se nutre dela. Ao mesmo tempo a maltrata com suas exigências, destrincha-a, discute e a agride buscando exercitá-la, tirá-la da enfermaria e do marasmo em que os leitores tendem a deixá-la marginalizada. Irrequieto, múltiplo e incansável em suas funções lítero-artísticas. Não há um só movimento poético-tribal acontecendo no Rio de Janeiro e alhures que não tome conhecimento. É a um só tempo, poeta, escritor, agitador cultural. Como se não bastasse, é também editor, incentivador, organizador de seus pares, promotor, divulgador, criador de eventos culturais, descobridor de talentos jovens, juvenis e de todas as idades. Não se contenta com a palavra escrita. É também exímio na arte de representar, um performer que se esmera na divulgação de sua obra e das de seus pares – “estes banjos – bandos de anjos” (¹) que somente o homenageado sabe conduzir com seu cajado-linguajar haurido nas fontes daqui e d’além-mar. Sérgio Gerônimo separa, apara e ampara as palavras, revira-as pelo avesso, joga-as para o alto e, sem deixá-las caídas ou exaustas, recolhe-as revigoradas em poemas burilados. Artífice da palavra é um poeta comprometido com o seu tempo, com as atualidades culturais. Com Francisco Igreja criou a Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro (APPERJ) e juntos propuseram profissionalizar o autor, não no sentido restrito do verbo, mas na sua mais ampla concepção artística, tornando-a ferramenta indispensável ao crescimento humano. O autor de Outras Profanas é um cavalheiro e cavaleiro que sabe como ninguém cavalgar o animal (in)domável do idioma pátrio. Cavaleiro e cavalo se confabulam, confundem-se e se fundem no caldeirão macunaímico da cultura brasileira qual centauro moderno. Sabe dos dizeres de Mário Quintana que afirma: “um poema tanto mais belo é quanto mais parecido for com um cavalo”(9). Sérgio é Poeta indômito e domador a um só tempo. Confirma ao cavalgar o poema: “potro que desmonta que diz: - monta! que emudece ...desce... enternece” (³) Sérgio sabe que o vernáculo como os eqüinos não se domam na grosseria ou no sopapo. Requer persistência, amor, carícias, bom trato, diálogo e não só papo unilateral. Embora não seja “um cavaleiro de triste figura” é sem dúvida quixotesco e quer abarcar o mundo com pernas e braços na lavra das palavras. Não se satisfaz apenas com a ordem lusofônica, mas, estende seus abraços às terras de Dom Quixote e ultrapassa as fronteiras da península ibérica. O homenageado é múltiplo e criativo: Profanas & Afins, Outras Profanas, Coxas de Cetim, PANínsula, Um poeta passou por aqui, Pôster & Perfil são provas de seu talento irrequieto e versátil. Abrangente, vário, espelho/imagem, sombra/reflexo sintetiza em seus versos as angústias de uma geração insatisfeita. É um poeta que busca, rebusca, chamusca mais e mais o idioma no questionamento de nossos valores. É um timoneiro que não gosta de navegar nas águas tranqüilas das baías ou dos pequenos lagos. Detesta as calmarias. Só se sente realizado quando, no leme da embarcação enfrenta o mar tempestuoso. Desafia a borrasca e, no comando da nau capitânia, conduz com maestria a esquadra na crista das ondas do mar encapelado. Em versos confessa: ... “meus arrecifes estão à tona transparecendo marés revoltas” (²). Esse centauro da poesia é ser que se dá, atento aos gestos humanos disposto a contribuir, somar, multiplicar. Como bom psicólogo conhecedor do espírito de seus semelhantes, penetra nos intrincados labirintos da alma até onde a inspiração pode penetrar. Faz com que os que o rodeiam, evoluam na dimensão humana e poética. Homem de equipe sabe liderar sem sufocar. Cresce e estimula a evolução daqueles que o cercam. Sua constelação e seus pontos cardeais são os membros da família consangüínea. São todos astros de primeira grandeza: Dona Eurídice Alves Delgado é uma octogenária alegre e saudável, a mãe que o acompanha em todos os momentos. O filho Khaled e a irmã queridíssima, Vanda Delgado Lucas Gonçalves, dos quais muito se orgulha, constituem pontos fundamentais em sua existência. Nosso bardo evoca poeticamente a conquista dos mares, a história heróica dos países ibéricos: Espanha e Portugal e os feitos de seus heróis: Colombo, Américo Vespúcio, Vasco da Gama e Pero Vaz de Caminha. PANínsula é um cântico de dois povos irmãos que expandiram as fronteiras do Velho Mundo dando nova dimensão aos idiomas neolatinos. Sérgio é o próprio “Ulisses bacante marinheiro”(4) a desbravar nas Caravelas camonianas os mares tenebrosos mundo afora. Só que desta vez o descobridor não partiu do Tejo com “as armas e os barões assinalados”(6) mas, sim do Rio de Janeiro. Em Arraial do Cabo tomara emprestada a nau vespuciana e com as armas do niteroiense Fagundes Varela, destemido, rumou em direção à fortaleza de Gibraltar. “Veleja por entre as colunas de Hércules”(7) e do topo do penhasco mediterrâneo abraça a Península de Camões, Cervantes, Ulisses, Garcia Lorca, Francisco Igreja, Fernando Pessoa. Seu brado de brasilidade se fortalece na lusitanidade, como se evocasse a miscigenação nascente da heróica Portucália que irriga o sangue e o verbo dos povos irmãos e se espalha pelos sete mares. Seu grito quixotesco ecoará além da península, atingirá a comunidade ibero-americana e onde mais haja cidadãos que se expressam em português ou castelhano: “Ah, castela, castela do alto de Gibraltar eu te abracei” (5). O autor de PANínsula não abraça apenas a península ibérica. Seus braços e sua pena são tentáculos poderosos, cujas palavras saem “por essa mediterrânea boca”(8) e alcançará os sete mares da lusofonia. Sem ser profético afirmo: as sementes sergianas germinarão em Luanda, Maputo, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Timor Leste, Lisboa, Pindorama e toda a América espanhola. Sérgio Gerônimo é força, é ousadia, é atrevimento. Vila de Noel, Rio, RJ, 20 de novembro de 2003. (*) Poeta, ensaísta e romancista. (¹) Do poema Anjo – Sérgio Gerônimo, In Outras Profanas – Oficina Cadernos de Poesia - 1998. (²) Do poema Atol – Sérgio Gerônimo, In Coxas de Cetim – Oficina Editores, 2000. (³) Do poema Ecuus 2 – Idem, idem. (4) Do poema – Sérgio Gerônimo, In PANínsula – Oficina Editores. (5) Do poema – Idem, idem. (6) Luis Vaz de Camões - In Lusíadas. (7) Do poema – Sérgio Gerônimo, In PANínsula – Oficina Editores. (8)Do poema – Idem, idem. (9) Carta – de Mário Quintana. In 80 anos de Quintana – Editora Globo, 1986.
Edir Meirelles, presidente do Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro, romancista, poeta


Marisa Zanirato disse... Sérgio,
Sua poesia é para aplaudir de pé. PANínsula arrepiou-me, como se as palavras me roçassem a pele. Parabéns pela sua belíssima e fecunda obra literária.
Obrigada, Selmo, pela oportunidade de ler mais uma brilhante entrevista em seu blog.
Abraços aos dois.
Em entrevista no site www.antologiamomentoliterocultural.blogspot.com , conduzida por Selmo Vasconcellos, colunista em Porto Velho/RO, em 22/10/2009, 16:31h.




Sobre BELABUN –

Encontrei Belabun em uma tarde de domingo sem salvação. Sérgio tinha deixado os originais, sábado, na minha portaria, mas cheguei muito tarde e só os abri no domingo. Belabun me salvou do tédio dominical que já se instalava em mim com todos os acessórios a que eu tinha direito: matizes cinzentos, chuva miúda, um réquiem na Rádio Mec e a ressaca que seguia sua rota inexorável. Vi-me diante de “um poema descontroladamente livre / sem pudor / sem regras / sem meias sentenças”, no qual o humor nos transporta para uma realidade fluída, flexível, despida de rigidez. E sorri, ri, gargalhei pelas piscantes “letrinhas entre estrofes”. Percebi, então, que muito além de sua função de provocador do riso, havia no humor do poema a referência crítica, a reflexão que caricatura o pensamento e a vida contemporâneos. E, finalmente, após ler Belabun de cabo a rabo, cheguei a uma conclusão – não definitiva porque esta será a dos futuros leitores. Belabun é uma genial declaração poética de um philosgloutós – seu autor Sérgio Gerônimo.
Lúcia Nobre, poeta, autora de “O Bom Trepador”, in prefácio do referido livro, 2006


Ainda que navegasse por ‘anos’ e me submergisse nas mais circulares fendas, não conseguiria velejar tal qual Sérgio Gerônimo faz. Introduziu-se e fixou mastro na paixão nacional, encontrando entre tantas belas uma ‘bun’, seu porto-prazer, onde surubeia e excita o leitor em cada esquindô do seu puro desejo. Não deixando por menos “pisca letrinhas”, entre (n)as páginas.
Flávio Dórea, poeta/estilista, in 4ª capa do referido livro, 2006

SG, Belabun tem uma linha de metrô intensa de cânticos de bom humor: a estação de chegada é o prazer. Parabéns, Sérgio.
Merivaldo Pinheiro, poeta através recados do ourkut, 13/11/06.


Caro Sérgio,
Acabei de fazer, de um fôlego só, a primeira leitura de BelaBun. Leitura prazerosa, como parece ser a relação entre autor e tema.
Nessa primeira impressão, gostei, sobretudo, da abertura do seu epitáfio. "Esqueleto dança versos de cole porter" é uma imagem belíssima.
Quando fizer uma leitura mais detida, se achar que devo, volto a escrever. De qualquer maneira, agradeço pela gentileza do livro, da dedicatória e da revista. Depois que ler "Plural", também envio minha impressão.
Sem mais, grande abraço!
Aluysio Abreu Barbosa, por e-mail 29/11/06 – 11:04h, poeta, repórter, Campos dos Goytacazes/RJ.

Sérgio já li o seu livro e achei bem interessante aquela aventura toda. As imagens também complementam os mergulhos poéticos, contido ao longo do conteúdo. Viva a poesia! Viva a liberdade de criação!
Cacau Leal, poeta, e-mail 20/11/2006, 18:54h. 


Caro Sérgio,
         Só mesmo você com sua coragem e audácia para lançar um livro com esse tema, com linguagem cheia de humor, erotismo e irreverência. Muitas passagens não entendi, mas, como dizia o grande J.G. de Araujo Jorge: " não procures um poeta entender." Você tem uma capacidade única de causar impacto com o vulgar e ao mesmo tempo, confundir a compreensão do leitor. O poeta tem sempre um propósito ao apresentar a sua mensagem. E você deve ter o seu ao publicar Belabun... E as fotos saídas dos negativos, lembram mostragem de  filme pornô. / Com esta cidade, megulhada em violência e apreensões, o seu livro tira o estresse e leva a uma viagem erótica para quiser. Um grande abraço.
Conceição Gomes – leitora, e-mail 10/01/2007, 19:32h.

Belabun é um livro marcante, de cabo a rabo.
Gostei muito.
Antonio Cícero – filósofo, poeta, por e-mail 27/02/07, 10:07h.


Sérgio Gerônimo, meu irmão de versos:
O brasileiro não entende só de carnaval e futebol. Ele entende, sobretudo, desse paraíso glúteo que desperta desejos insondáveis. Atavismo áfrico ou lembranças advindas das orgias sodômicas e gomôrricas e hoje impregnadas no inconsciente coletivo? Não importa a origem, mas sim esse culto bem brasileiro que entronizou a bunda, nela vislumbrando a síntese de todas as fantasias e a glorificação do prazer. Seu livro é uma ode à bunda, onde o F jaz subentendido e a crase é dispensável. Sem moralismos esclerosantes, homens e mulheres (e todos os indivíduos compreendidos entre um e outro gênero) apreciam, a seu modo, esse sedutor, misterioso e provocante locus anatomicus.
Seus textos filogluteosos (usando, por empréstimo, o feliz termo de Lúcia Nobre - philosgloutós) por certo provocarão nos apreciadores dessa jóia anatômica uma conseqüente phagosgloutós, coroamento máximo do desejo expresso nesse culto nacional. Seu jeu de mots brinca eroticamente com as palavras lascivas que adjetivam a BelaBunda, personagem maior e única do seu curioso e atrevido livro.
Paradoxalmente, você provou que o derrière está sempre à frente no imaginário do ser humano.
Neuci Gonçalves, poeta e escritor, e-mail em 06/03/07, 23:22h.

E o “Belabum”? Você é mesmo “você”, Sérgio. Li o livro entre curiosa, meio tímida e encantada com sua forma tão autêntica de fazer poesia. Continue assim!!
Christina Ramalho – profª de literatura da UFRN, Natal; e-mail: 23/03/07 – 17:47h.

oi SG !
já li belabun duas vezes. adorei. destaque para: belabun da areia - cruzcredobun é demais! aqui, em minas, seria credincruzbun e, superliterata: tem belabun no meio do caminho, no meio do caminho tem belabun. parabéns!
Maria Luiza Falcão, poeta/romancista, através de e-mail em 10/04/2007, 22:34h.


Belaωun
   O terreiro das probalidades psicológicas, lítero-humorísticas e de sadia vivência da pessoa humana, pelo que é e está de prazer, sem que haja um Estado a dar um jeito identitário ao Sexo, é o terreiro do Amor.
   O poeta Sérgio Gerônimo colocou na praça literária Belaωun, o seu último livro, no tipo “livro de bolso” e com desenho gráfico de bom gosto estético, a par, inclusive, das “regras/ sem meias sentenças”, até que “pra sinuca” já basta a quadratura social de ventos soprados pelos luminares industrializados e globalizados.
   O prazer de se viver, não o de estar, é aquele algo que não nos chega em embalagens bonitas estrategicamente dispostas em prateleiras para consumo imediato, mas o cântico poético da vivência que [nos] leva aos íntimos paraísos.
   O livro Belaωun não é bula-de-prazeres, mas a sua leitura (e “num adianta, ocês encrencá”) é um prazer que indicia o bom caminho da Vida que deve[re]mos ter como Arte primeira.
BARCELLOS, João – Escritor português, Consultor Cultural, Sampa, 2007.

Fala Sérgio, tudo bom? Cara, li o BELABUN sexta feira e achei muito bom! Belabun é uma senhora personalidade, que figura maravilhosa! Gostei muito! Parabéns
Obrigado vc por ter escrito BELABUN, que é maravilhosa!
Tubarão, poeta – pelo Orkut, em 22/03/2008.




Sobre: quandochovervoutetelefonar.blogspot.com

Que beleza, Sérgio Gerônimo! Você faz e diz poesia mouramente. Parabéns!
e-mail segunda-feira, 23 de novembro de 2009 11:37 sobre blog
Helena Ferreira, professora emérita UFRJ

Sobre: quandochovervoutetelefonar.blogspot.com

Sérgio, ficou muito foda sua página! amei...gamei!!!
e-mail segunda-feira, 23 de novembro de 2009 15:37
Ana Coelho, poeta, professora

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Persona: BelaBun (BelaBun - obra em verso, Gerônimo Sérgio. OFICINA Editores, Rio de Janeiro/RJ. Ed. 2006)
BelaBun já existe na pele e está no imaginário popular. Consagrada nacional e internacionalmente. Bun, mas muito bela. Irreverente e dona de si. Ora recatada, ora extravagante. Recata? Uma BelaBun não pode ser recatada. Trata-se de uma narrativa poética ou mesmo uma saga errante que floresce na pena de um escritor sensível e ao mesmo tempo ousado. Artesã do desejo BelaBun é, antes de mais nada, o próprio sentido, a forma do bel-prazer. Por que não a força?A construção poética dessa metáfora sugere a lógica do desejo, do arrepio, do contraponto da leveza. Justificado pelo propósito de reforçar a imagem coerente da vontade e a prática hilária da personagem narradora em contar as suas aventuras, suas alegrias e decepções. BelaBun é. É o que desejamos ser. Ter olhos que mesmo cegos enxerguem a entrega, e tudo que esteja afinado ao tempo.
Mozart Carvalho, poeta, professor, www.mozartproducaotextual.blogspot.com 18/02/2010

Amigante,
Brgadíssimo pelo vídeo.
Em noite de insônia. re---li, Bela Bummmm.
Dez (bundei)
Rita Maria de Lacerda, Por e-mail: qua 14/02/2018 23:05



Sobre CÓDIGO DE BARRAS –

Li sua linda poesia, assim como as outras. Essa é esplêndida – Becos & esquinas. Parabéns amigo, iluminado.
Roberto de Castro Del’Secchi,  poeta, acadêmico, antologista, membro da ACLAEPF, presidente da Fundação Cultural Del’ Secchi, Vassouras/RJ, por carta, em 15/01/1998.

Discussão do poema Mary Columbus, no site do SESC, na página do Balaio de Textos, São Paulo/SP,

http://www.sescsp.org.br/sesc/convivencia/oficina/frabalaio.htm, conduzido por JS Trevisan, 2003. o poema VOCÊ SABE EU SOU DO MÉIER (Mary Columbus), de Sérgio Gerônimo, selecionado dentre o material que me foi enviado. Trata-se de um poema ao mesmo tempo delicado e irônico, contendo sutis referências à ambiguidade da personagem. Sua graça está em assumir uma abordagem de escracho carnavalesco própria do tema que está tratando. Interessante para discutir as influências do modernismo na poesia brasileira, até hoje.
JS Trevisan, escritor, contista.


Participação no FESTPOE FALADA DE CAMPOS DOS GOYTACAZES, Campos dos Goytacazes/RJ, set 2003, participações de: app Sérgio Gerônimo (4° lugar em texto e 3º em interpretação, com o poema "Você, sabe eu sou do Méier [Mary Columbus], nas vozes de Gladis Lacerda e Laura Esteves), mais app Gladis Lacerda, app Laura Esteves, app Teresa Drummond;

Belo o “Código de barras” de Sérgio Gerônimo; e ele se supera. Desde do título da obra, ele se apresenta abrindo ao conhecimento do leitor sua versatilidade e liberdade criativa; um escritor que encanta pela clareza e arte.
Sérgio Gerônimo, um geminiano, tem habilidades múltiplas. Escreve com fluência e variada erudição, dando eloquente colorido às palavras e narra, em poema, episódios de sua infância, vivências, buscas e questões.
Atinge suas metas, embora tudo de maneira informal com imparcialidade intelectual. Um apaixonado intenso e em muitos de seus poemas esse sentimento aparece lindo.
Abraços cósmicos
Therezinha Gouveia, Rio de Janeiro/RJ, agosto de 2003, poeta, astróloga, contista


Caríssimo Sérgio Gerônimo autor de SexOlfato (in Código de barras):
Homem dos mil e um poemas, meu insano, do Blue Angel (apresentação com a Gang), marcante e invulgar presença certa e necessária.
Érico Braga, poeta integrante do Grupo Poesia Simplesmente, setembro de 2003, Rio de Janeiro/RJ.


Poema de salto alto
(O discurso poemático da imagem)
“(...) A Imagem nunca é um “elemento”: tem um passado que a constituiu; e um presente que a mantém viva e que permite a sua recorrência.”(Alfredo Bosi)
 Poesia  é arte. É iconicidade. É palavra e é imagem. É a linguagem do tempo produzindo emoções. É a evocação dos sentidos. Por isso, a poesia está presente na forma de ser e de sentir a vida. “A poesia quer ser poética: ela quer realizar-se. Isto não significa que, ao poeta, seja proposto um certo modelo eterno que ele integralmente tenha de reproduzir. Existe seguramente uma tradição que formou o poeta, e um certo estado presente da poesia que o provoca.”(Mikel Dufrenne. O Poético. Editora Globo, Porto Alegre, p.10) - Assim, o eu da poesia, se expressa em constante comunicação com a arte, numa evocação do essencial, processo de co-existência entre o poeta e o poema.
 Sérgio Gerônimo e apenas um só poema... e o poeta se apresenta inteiro em sua irreverência. A literatura ofereceu-lhe múltiplas vozes, mas ele fez sua escolha e a acolheu como gênero: a poesia. Pelo prazer da experiência e da existência, fez da poesia sua musa e emprestou-lhe o tom da ironia e algumas circunstâncias de influências do cotidiano pós‑moderno. Concedeu-lhe também a forma e ritmo próprios e a tornou sua cúmplice. Com uma linguagem leve, a fez  falar: em verso e prosa; com saber e sabor, transformou-a em arte.  Sérgio delegou à poesia ser ela sua eterna confidente. E nessa jornada de sua poiésis, há tacitamente uma estreita relação da palavra com a imagem e  a dialética. 
 Certo dia, leio um de seus poemas (este que aqui, se encontra para uma apreciação),  e me delicio com seu texto. A princípio, li-o apenas  com os olhos de amiga. Mas, bastou-me parar, para logo refletir sobre o discurso semântico contido na poesia, (nele havia uma linguagem carregada de representação simbólica). O poema chamou-me à atenção: não sei se  pelo recurso lingüístico ou à poética do discurso, (a poemática).  E o poema brincou com meus sentidos.  Um ícone  salta  de seu salto alto e aponta-me para um eu poético que se quer presente no texto, ainda que oculto, mas manifesto na palavra da poesia. Vamos então, à palavra poetizada de Sérgio Gerônimo e conferir sua fala, neste fragmento do poema:
Outro dia me chegou um poema
de salto alto com adereços sutis
endereço de internauta
um quê de colegial
disse baixinho em um hálito
brisa de outono sua identidade...

sou poesia feminina
Diante do que vimos acima, a arte necessita quebrar e subverter a ordem, para se fazer “ver” e “sentir”  através de olhos e alma. Ainda que o óbvio não esteja percebido. É preciso ver.  A arte deve causar espanto e romper com as amarras predeterminadas. Assim, a poesia como arte assume seu lugar de importância à história do tempo. A arte não deve  submeter-se à subserviência de sua manifestação de liberdade, a fim de causar no outro um estado de sensibilização. Desse modo, procede a poesia como canal a nos propiciar esse encontro com outros mundos (imaginários).
O texto deve nos desejar, segundo o que diz Barthes (1973) “ O texto que escreve tem de me dar a prova de que me deseja.  Essa prova existe: é a escrita. A escrita é isto: a ciência das fruições da linguagem, o seu Kamasutra (desta ciência, existe um só tratado: a própria escrita — Roland Barthes. O Prazer do Texto. Edições 70, Lisboa/Portugal, 1973 p. 39).  Na palavra de Barthes, o único meio de encontrar esse leitor é através da escrita, então, devemos escrever com e no prazer.
Voltamos aqui para o texto poético de Sérgio Gerônimo: na primeira leitura que fiz do poema, tive a sensação de que o texto-poemático recusava-se à comunicação. Lancei-me aos recursos da hermenêutica numa segunda instância e o poema se desnudou: desceu do salto. Percebi então, que havia um outro eu manifesto, dialogando com o criador, ao mesmo tempo que, como uma espécie de persona, retoma o discurso do poeta e vem à tona e, toma como sua a fala da poesia. Vejam comigo:
tentei afastar tal companhia atrevida
continuou pé-ante-pé no meu pé
me fez bailarino de linhas tingidas de grafite
às 3 da manhã não satisfeito
tocou fogo em meus pensamentos
me fez diurnos os sonhos

levitei meio torto entre os gêneros
que a mim se apresentavam
um poema que se dizia feminino
batia incessantemente com sua voz
em minhas idéias um quanto
radicais e colocou em semitons

            minhas raízes vernaculares
Nessa comunicação que não parece secreta entre o desejo de ser da poesia e o desejante, surge a imagem (o ser que se apresenta); insurge de dentro da escrita do poema – como um eu que fala pelo e com o poeta. A arte moderna elege à realidade toda expressão de liberdade. E o poeta faz uso da imagem, dos ícones, por ser ele, esse ser antenado com o universo das coisas no processo de criação. Diz Bosi (2004) “A realidade da imagem está no ícone. A verdade da imagem está no símbolo.”  Desse modo, afirma Goethe: “A idéia, na imagem, permanece infinitamente ativa e inexaurível”.  Aí está o artista, impulsionado pelo desejo de expressar sua “verdade” poética: abduzido pelo prazer, e por vezes, arrebatado pelas fantasias e sonhos.
Num outro fragmento, ouçamos o que diz nosso poeta Sérgio:
ele, o poema – gênero masculino
(coisa que só os léxicos entendem)
sabendo-se ser feminina ou seria feminino
mas, a palavra feminino é masculina: o feminino
ou será masculino?
esquisito, não?
Percebe-se que neste fragmento o discurso poético muda o ritmo, perguntas e respostas não se pronunciam como afirmações. Mas com o discurso não revelador, há uma intenção implícita, por trás do ato de indagar. Também não se trata em desvendar a questão do gênero. As formas do feminino e do masculino são meras figuras de linguagem, um (fetichismo) que deixa de ser uma alegoria para ser  estrutura através desse “eu” - função psíquica da poética do desejante. A concepção freudiana, refere-se ao desejo inconsciente, e a definição mais elaborada  refere-se à vivência de satisfação (...) após  a qual “... a imagem mnésica de uma certa percepção  se conserva associada ao traço mnésico da excitação resultante da necessidade.” Assim, seja qual for a ação catártica, a poesia é a solução, melhor que qualquer divã: libera o desejo reprimido, põe em ordem as emoções, e, às vezes, numa simples metáfora, num único poema.
O ato de representar necessita realizar-se para o real. E é o que faz o desejo do poeta ao escrever e expressar-se na poesia. A poesia de Sérgio revela um comprometimento com o sentido poético. Mas por outro lado, a poesia é “feminina” e assume esse lugar, ou seja: o eu lírico se desvela no dialogar com o próprio texto:
este poema de salto alto
roubou-me as horas madrugadas
fez-se companhia, como já disse, atrevida
e com dedos ágeis de tudo sei
preencheu o vazio até então
conhecido das minhas entrelinhas
escreveu que voltaria
Surpreendido com aquela  voz oculta que lhe “sopra” aos ouvidos no meio da madrugada, o poeta cede ao poema uma analogia como discurso compensador: estático e “pensador” ao se comparar com a estátua de Rodin. Discurso análogo para atender tais exigências de representações e de demandas pulsionais:
no espelho da minha vontade
deixou embaçado ou embaçada
os embasamentos latinos da minha língua
não contente com a contenda
sem desfecho fiz-me estátua de rodin
O texto poético de Sérgio Gerônimo nos mostra, claramente, que ele (o poema) surge de um sonho e se apresenta como arte. Segal (1993) diz que “O trabalho psíquico do sonho visa a satisfazer os desejos inaceitáveis e conflitantes disfarçando-os, (...).” Acho melhor deixar essa tarefa do sonho por conta do ego, ele saberá resolver de forma brilhante.
Kehl (2002) diz que: “As representações dos objetos  da realidade são o único ponto de apoio do sujeito para falar do desejo (...).” Para entender o que representa o desejo, há que se dar lugar à fantasia como suporte de algum acontecimento da experiência real. Sérgio vivencia esse real, quer seja na poesia ou em sua praxis de escritor e psicólogo.
As relações estabelecidas no texto poético com o diálogo entre a poesia e a psicanálise, não se fecham entre si. Pelo contrário, essas relações possibilitam à poesia ir além do próprio discurso.  E a  poesia está aí, a fim de encontrar o leitor.
Vannda Santana, poeta, ensaísta, professora universitária, membro da  UBE, criadora do Projeto Orfeu, Rio/RJ, julho 2007.

Já conheço... Esta é uma frase que não cabe ao leitor de Sérgio Gerônimo, sexy poet. Assim o rotulo e assumo  sua indiferença por rotulados, mas Sérgio Gerônimo é! Escaneia aromas, decodifica te(n)sões, transa palavras em meio a ritmos e interrogações. Interrogações? Sérgio Gerônimo exclama sem ponto final, sem vírgulas as feridas de um cotidiano urbano visto através de barras invisíveis. Seus olhos brilhantes, red/green feixes, crus são mais que simples telas quadradas ou planas, são megapixels de puros versos nus. Nus? Não! Seminus, pois a nudez completa de suas estrofes caberá a nós, que poderemos ler/tirar a sua última peça íntima, na última página destes códigos por trás das barras. Atônitos perceberemos, então, que toda nudez será compensada.
Flávio Dórea - estilista/poeta, Rio/RJ, julho 2007, aba do referido livro.

Salve! Mais uma vez Sérgio Gerônimo aguça nossa macromicropercepçao! Passeia pela cidade e  semáforos falos luminosos convidam a um instigante rodeio pelos espaços urbanos. Não satisfeito, quer mais! Tatuado na pele, barras que decodificam caminhos! O autor insiste e incita à descoberta de infinitas e singulares personalidades em um único ser...
POETA! 
Gustavo Khaled Delgado, médico/músicopoeta, Rio/RJ, julho 2007, 4ª capa do referido livro.


A barra poética
Sérgio Gerônimo, depois de PANínsula, livro-pesquisa que reescreve as viagens pela Península Ibérica, e de Belabun, livro de poemas bem-humorados e irreverentes, retoma a linha de Profanas & afins, Outras profanas e Coxas de cetim. Neste sexto livro, Código de barras, o autor reafirma as escolhas anteriores para a sua trajetória literária. A temática fundamentalmente se subdivide em amorosa, social e reflexiva. No primeiro caso, registramos a visão amorosa sempre marcada pela sensualidade e erotismo, com várias referências ao corpo ou ao sexo (Meu presente, I like the way, Sexolfato); no segundo, a denúncia das diferenças sociais se explicita, com poemas de grande força como Cadáver ou Trombada social; e no terceiro, dá-se o questionamento da existência (Sísifo, Tempero, Juízo final) e da própria poesia (Matriz, Fragrância).
Sendo poeta do século XX, ele não tem como fugir à questão do pensar a matéria da poesia e, ainda que não privilegie os textos metalingüísticos, dedica bastante atenção ao significado de ser poeta (Sei que sou poeta...) e ao que significa a poesia (Poesia é).
Como em livros anteriores, o poeta realiza uma poética da sugestão, ou melhor, da insinuação; o objeto não é definido, mas insinuado. E é justamente  nesta não descrição do objeto que a linguagem se realiza como literária. Sérgio Gerônimo sabe que um poema não tem código de barras de imediata e fácil leitura. Ao contrário, a barra aqui é outra, é a da diferença. E é nesta diferença que a poesia se instaura.             
Marcus Vinicius Quiroga, poeta, crítico literário, jornal Rio Letras, Rio/RJ, julho 2007.

Código de barras, de Sérgio Gerônimo (Rio de Janeiro: OFICINA Editores, 2007)
Poeta de feição marcadamente coloquial, Gerônimo constrói seus textos como quem conversa. Não que sua poesia seja basicamente oral. Mas seus poemas – a maioria escritos na primeira pessoa – investem na tônica do depoimento, como se o poeta estivesse prestando testemunho – e até se desculpando? – pelo fato de fazer versos, principalmente na parte intitulada ‘O poeta enfrenta as barras’. Pois se por um lado, a palavra “barra”, associada a “código”, pode indicar a identificação de qualquer objeto ou produto em mercado, por outro, na gíria, “barra” pode significar uma situação complicada de resolver, de difícil enfrentamento, como, no caso, fazer (boa) poesia. Porém Sérgio Gerônimo acredita no que faz e a leitura deste livro, afinal, é altamente compensadora. Vale a pena investir na sua poesia.
Fernando Py – poeta, crítico, in Tribuna de Petrópolis, 19/09/2008; caderno ‘Lazer’, f. 5, Petrópolis/RJ.

Sérgio Gerônimo — Presidente da APPERJ (Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro)
Considero Sérgio Gerônimo, na reunião de suas obras, um dos poetas mais brilhantes da Poesia Contemporânea Brasileira. Na oportunidade de conhecer todo o conjunto de sua obra, pude ter a grata satisfação de constatar a grandiosidade da poesia deste autor.
Eurídice Hespanhol, poeta, coordenadora do evento poético Poetas Sem Fronteiras, Rio/RJ, 24/01/2008, Comunidade Totalmente Sem Fronteiras/Orkut.

Oi, Sérgio, ando fazendo uma nova proposta para trazê-lo para uma visita ao nosso campus para completar o convite que fiz no ano passado e me pediram para traduzir seu poema Summer Breeze. Será' uma tradução informal, somente para o fim das propostas, que NÃO vai ser disseminada. Meu primeiro passo antes de te escrever foi fazer uma tradução na minha cabeça, mas me enrasquei com a palavra naiamente" em "e o palace II, vejam so'! naiamente enterrado." 
O que quer dizer com esta palavra? E tenho a sua permissão para fazer essa tradução especifica para as propostas?
Um abraco,
Ines Shaw, professora universitária, em Nova York, USA, por e-mail 15/12/2009, 16:16h.

Lindo é “Mary Columbus” (in Código de barras). Um épico poético! Algo que devia estar escrito em todas as paredes do Méier.
Eurídice Hespanhol, poeta, professora, coord. do Movimento Poético Poetas Sem Fronteiras, Rio/RJ. Pelo Orkut em 25/01/2010

Sobre CONVERSA PROIBIDA (coautoria a Flávio Dórea) –

                                        

O livro de Flávio Dórea & Sérgio Gerônimo nos leva a estes confusos sentimentos, a este labirinto de ideias, mas também nos faz sorrir em vários momentos. Aquele sorriso maroto, como quem diz: ─ que achado! E nos traz à mente a figura de um animal mitológico: muitas cabeças, pernas e braços... Porém um único ser. Iconoclastas e irreverentes ─ o sagrado e o profano, sempre! ─ os dois poetas levam às últimas consequências os seus atos e a sua Poesia.
Laura Esteves, poeta, contista, 2009, pertence ao Grupo Poesia Simplesmente, excerto da aba do referido livro.

Parafraseando o poeta, tudo vale à pena se nutrido pela poesia.
Neste livro, os rostos, os corpos, as línguas, as palavras de dois amigos-poetas se juntam, se reconhecem, e o poema e a poesia se enchem de alegria e lhes dizem: “obrigado!”
Tanussi Cardoso, poeta e jornalista, 2009, Presidente do Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro, excerto do Prefácio do referido livro.


...Sérgio Gerônimo & Flávio Dórea afinam versos apaixonados para serem falados, ao vivo, em cena aberta, num único ato, seja nos saraus do botecos, seja na ribalta de um anfiteatro. A experiência contemporânea de dar voz ao que, nos poemas, fala em silêncio sobre o dito pelo não dito das palavras, atiçou aos poetas encararem o desafio do novo tempo com a certeza de, em tempo real, ultrapassar os interditos e ir além do imediato.  Viraram-se ao avesso e, poetas travessos, deram-se ao prazer de fazerem-se presentes ao que, no futuro, superará o passado. Afinal, como eles mesmos proclamam: o prazer vive de pernas para o ar!
Tavinho Paes, poeta, 2009, apresentação do referido livro.


Conversa Proibida, de Sérgio Gerônimo e Flávio Dórea, mostra de cara a que veio: por meio de um narrador em off e poemas / fotos que dialogam entre si, a obra apresenta um olhar marcado pela irreverência e pelo questionamento. Tal atitude manifesta-se por meio de imagens que perpassam o texto, constituindo-se em eixos temáticos que, embora não explícitos, surgem e rejeitam visões (pre)conceituosas e (pre)concebidas. Um dos aspectos em que essa recusa aparece vem, não por acaso, do estímulo poético. O poema é agora interlocutor de um eu repleto de entrelinhas e vazios a serem preenchidos. As ideias radicais são então substituídas por semitons, espaços intermediários e intervalares, onde o silêncio se revela tão ou mais eloquente do que o discurso.
Nesse jogo, o texto configura-se como uma espécie de tentativa de discutir a relação com a vida. Com incursões pela Psicanálise, o jogo de sombras e espelhamentos surge como um poderoso aliado, uma vez que permite a afirmação de um eu em processo de construção, que se sabe múltiplo e fragmentado, onde um lado esconde / e outro exorciza / a loucura. Nessa trajetória, diferentes papeis se alternam / fundem, na quebra das estáticas convenções, entrelaçando personas.
Em uma sociedade marcada pela hipocrisia do discurso falocêntrico, a voz dissonante irrompe, plena, escandalizando os adeptos do falso moralismo, numa trajetória de afirmação que se dá justamente pelo viés do profano e do erótico. Dessa forma, o caminho trilhado pelo(s) eu(s) poético(s) é o da transgressão, numa recusa explícita dos valores de um mundo racional e pragmático. Na contramão, o sujeito lírico subverte tais conceitos, ao se declarar insano e profano, num desafio não direcionado apenas a convenções, mas também a um pensamento lógico e cartesiano que ignora a subjetividade da mente humana.
A recusa de papeis preestabelecidos é ainda mais eficaz pois dialoga o tempo todo com a voz da tradição, na fala do eu, doente segundo os parâmetros sociais, que opta pela doença, ratificando suas escolhas, independentemente da sociedade que o condena. Um eu movido pelo desejo, por vezes ainda velado, em aspectos talvez encobertos, mas que se sabem descortinados em um transgressor porvir.
A pulsão vital, princípio do Prazer, não se deixa soterrar pela voz da censura vigente e renasce, a cada beco, na imagem de um erotismo descarado, maldito, vadio e fugaz, em que a aparente banalização do impulso erótico revela questões profundas, de autointerrogação. Os amantes anônimos, antes símbolos da superficialidade nas relações amorosas, aqui surgem como aqueles capazes de desencadear as grandes indagações. E, num texto em que o discurso poético metaforiza a atitude do eu frente ao mundo, dá-se o entrelaçamento de Logos e Eros, na metapoesia que envereda pela temática nela expressa.
A polêmica instaurada pelo embate do eu em relação aos valores sociais fica ainda mais irônica pelo uso da intertextualidade. No poema que revisita Drummond e Chico, o que se tem é a releitura dessacralizadora, de uma quadrilha de matriz homoerótica, de final inesperado e irreverente. A constatação de que o homem não passa de mero substantivo comum – note-se a grafia dos antropônimos em minúsculas no referido poema – sugere a pequenez humana diante de algo muito maior, avassalador e ininteligível: a vida.
A descida aos labirínticos porões do desejo surge marcada por uma voz que blasfema, herege, em relação aos símbolos máximos de uma cultura patriarcal. O erotismo associado aos estereótipos religiosos torna ainda mais iconoclasta a atitude desse eu que vocifera, em meio aos signos de poder, no cantar de um santo transverso, acentuando a negação de todo um código judaico-cristão, falocêntrico, que ocorre na costura, parodística, de elementos pertencentes a um campo semântico religioso e outros, transgressores por excelência. Da aceitação da (im)potência humana advém o salto qualitativo que permite o emergir de um ser que se reconhece ambíguo, controverso, mas, nem por isso, infeliz.
Nessa insólita via-crúcis, deparamo-nos com um poeta / profeta crucificado pelo mundo moderno, e eleito, num batismo pagão, para espalhar seu canto. Novamente o vocabulário de matiz religioso sugere a canonização da Palavra, sagrada porque poética.
Na releitura de convenções, tem-se a sugestiva bênção profana, feita a partir de fluidos orgásticos, como instauradora de um novo código, o da vida / poesia que irrompe do prazer. Nas sugestivas imagens de contornos eróticos, a delicadeza do toque no outro, interlocutor da proibida conversa que nem por isso deixa de ser proferida. No entrecruzar de textos e posições eróticas / ideológicas, surge um poemanocio que toma forma e ganha a rua, permissivo e promissor, desfilando em um cenário tipicamente calígula. Poema que se entrega, lascivo, a todos, em bacanal poética, para ser reverenciado, em textos que dispensam / recusam explicações, numa (sub)versão em que a afirmação se dá pelo viés do inadequado, gauche aos olhos do bom-senso ou do senso-comum. Nesse banquete, isento de preconceitos e pleno de sabores, tornamo-nos convivas e interlocutores da conversa que ali se desenrola.
Conversa proibida? Proibido é não ler.
Tatiana Alves é Doutora em Literatura, poeta, contista, ensaísta, in posfácio do livro.



Conversa proibida é o cruzamento de muitas coisas que, em outras épocas, se separavam ou se contradiziam, mas que, na correnteza do nosso tempo, se entrefecundam. É, por exemplo, um livro de poesia escrito a quatro mãos: coisa rara ainda hoje. Ele se encontra entre a poesia lírica e a poesia dramática: poesia lírica no ponto da ebulição dramática, poesia dramática no ponto da contemplação lírica. E se, desse modo, os gêneros literários se confundem e redefinem, isso ocorre, não por mero exercício estilístico, mas como parte da descoberta e da celebração da matéria poética da vida contemporânea, cujos gêneros também se confundem e redefinem num turbilhão de desejo e criação, nylons e néons, livros antigos e celulares perdidos, língua e tesão, quartos sujos de motéis baratos e saltos altos, rimbauds e abismos, jogo e poesia. Vale a pena deter-se nas esquinas verticais desse livro vital e belo.
Antonio Cícero, filósofo, poeta, 2009, na 4ª capa do referido livro.

Caríssimos Sérgio e Flávio, muito boa a CONVERSA PROIBIDA...
O título já demonstra o grau de literariedade da obra, uma vez que a palavra literária guarda em si a magia do que é e do que não é. Assim, as ambiguidades, as metáforas, as aliterações, os jogos, os paralelismos, tudo constrói a cena dos autores que dizem "as palavras na voz de um poeta / viram canções" e convidam os leitores à cena em que a palavra é o mote principal.
Abraço.
Luiz Otávio Oliani, poeta, autor de Espiral e Fora de órbita, por e-mail em 11/8/2009, 17:53h.


Vocês não precisam agradecer a ninguém, nós é que nos sentimos felizes de poder participar de um evento do nível artístico que nos foi oferecido. Quem não foi é que perdeu. Agradeço a homenagem da epígrafe, singela, terna e que me fez lembrar a Messody que sou. Bjs. E ficamos aguardando novas performances, pois ficou um gostinho de "quero mais". 
Messody Benoliel — presidente-fundadora da APPERJ — Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro, por e-mail em 12/08/2009, 05:25h.



 “O trabalho que vocês fizeram é simplesmente fantástico. Conversa Proibida tem que virar referencial da poesia aqui no Brasil. É um trabalho da maior seriedade”.
Conversa Proibida é a afirmação de que a palavra tem vida própria e que o poeta é apenas o veículo de sua manifestação. Talvez por isto este livro seja tão verdadeiro, e de certa forma imaculado em sua essência, pois independente da vontade de seus condutores, e eles, não tenho dúvidas respeitaram esta visão; é vivo e assim o permanecerá por muito tempo.
Pobre destes poetas, servos da palavra e de seus “parimentos”, servos da poesia e de suas amplitudes... Ainda assim eu os saúdo e bendigo pela coragem de se prestarem ao desentranhamento de tão belos versos.
Conversa Proibida é, certamente, um dos melhores livros de poesia que tive a oportunidade de ler, uma obra que deve servir de referencial e fonte de inspiração para muitos outros, pela coragem, pela profundidade e pela sinceridade de seus autores.
Bendigo a comunhão destes dois poetas, pois mantidas as suas individualidades conseguiram gerar pura poesia para permanecer por muito tempo em minha mente, em meu coração.       
Naldo Velho — poeta, ativista cultural, coordenador dos eventos: MÚSICOS CONVIDAM POETAS, em Niterói/RJ e “TODAS ELAS E ALGUNS DELES”, no Rio/RJ, por e-mail 01/09/09, 12:51h


Sérgio fiquei 'literalmente apaixonada' pelo teu livro CONVERSA PROIBIDA!
Os textos eu já imaginava ke eram um espetáculo (tanto ke foi) agora toda a configuração, as fotografias, o ótimo papel, todo o arranjo e disposição está magnífico. Parabéns mil vezes. Faz parte dos meus favoritos.
Mais uma vez PARABÉNS por tão espetacular trabalho. Na minha modesta opinião é o marco da tua excelente carreira de escritor, idealizador, editor e tantas outras facetas da tua 'nada mole vida'
Milhões de Beijos da tua sempre amiga, Anna.
Anna D’Castro — atriz, poeta, autora de Aquela Voz (Oficina Editores), por e-mail, 16/09/2009, 12:35h.


A epopeia de vocês é imortal. É uma voraz busca pelo CORPO UNIDO À PALAVRA. Implica numa defesa de vida pelo corpo, pelo talento, pelo sentir corporal que amaina, suaviza, eleva e permite o que deverá ser a única sobrevivência possível após nosso tempo nefasto. Interessante que as páginas não tenham numeração. Invejo até isso do livro, pois à parte do real está tão bem incorporada ao imaginário, que tudo não passaria de ficção da dupla de escritores! Exageraram! E mais que tudo: fui eu quem não escreveu aquilo tudo... Isso me dói; isso me chateia um pouco! Dá-me inveja! “ah! cultura relativa inútil... afrontam, afloram a alma, sem pernas, sem calça... duvidosa moral...”
‘Pelo dia de finados se finando, divirtamo-nos com ou sem inhame’.
Valeu, não valeu?
Ótima obra escrita a quatro mãos em forma coloquial, vital, saudável, trepidante e... em feitio de uma epopeia... VIRTUAL.
Da companheira de estrada, Juju Campbell, escritora, diretoria da UBE/RJ, por carta datada de 07/11/2009.


Parabéns Sérgio! Vcs arrasaram! Foi lindo!
E que venham mil palcos à frente!
Barbara-Ella, poeta, performática do Grupo Instintiva Lavanda, Orkut, 11/08/2009.


Sérgio Gerônimo & Flávio Dórea, falar de "CONVERSA PROIBIDA"  sobre qualquer ângulo ou mesmo sobre qualquer enfoque, nos leva a repensar sentimentos. Concordo com Naldo Velho quando afirma ter que virar referencial da poesia no Brasil, por se tratar de  poesia séria e que revolve nossas entranhas, deixando-nos mais poetas do que imaginamos ser. O diálogo in "Conversa Proibida" tem abertura plena, onde a palavra cresce e enaltece  os valores subjetivos, tão bem guardados até então.  Digo mais:  aberturas assim nos levam a crer no amor-carne, no amor-paixão e porque não afirmarmos, no amor-solidão? São as constantes buscas, as tentativas plenas e sem preconceitos, que nos tornam mais seguros quando nos questionamos, questionando um parceiro, fazendo-o nosso  algoz  ou mesmo uma vítima de si mesmo, quando preso se encontra em seus conceitos. Prossigam poetas, deixando-nos assim, desejosos de mais poesia, in Conversa Proibida.
Messody Benoliel,  Presidente-fundadora da APPERJ — Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro, por e-mail 24/11/2009, 04:12h.

Sérgio Gerônimo. Você é um grande poeta. Sou seu admirador.
Cláudio Murilo, escritor, presidente do PEN Club, por e-mail 14/12/2009, 17:01h.



Querido Sérgio Gerônimo,
Recebi o livro ontem. Ficou uma beleza. Adorei as fotos também. Parabéns! Fiquei orgulhoso de ter feito o blurb. Abraço grande para você e para o Flávio Dórea,
Antonio Cicero, poeta, filósofo, por e-mail, 09/01/2010, 09:48h 


CRÔNICA DE 14.01.2010, que inicio registrando um livro “sui generis”, em versos livres, com tendência a uma prosa (poética), hermético, difícil de definir, porque se trata de uma “conversa íntima”, dita em surdina, ao pé do ouvido; um desabafo num ombro amigo, uma confissão num canto isolado de uma igreja, embora registrado em 128 páginas, ao alcance de qualquer um. Li, inicialmente, para me alicerçar no conteúdo da obra, a apresentação de Tanussi Cardoso, o posfácio de Tatiana Alves e a exaltação ao texto, de Laura Esteves, nas “orelhas” do tomo. Origem: Rio de Janeiro – RJ.
São poemas emblemáticos, se posso assim situar, escritos entre quatro paredes, que falam por eles mesmos, sem interferências, sem intimidações, sem imitações e sem se importar com o dedo profano de terceiros. Linguagem corrida, sentida, sofrida, gozada e de caráter único. Não se assemelha a nada que tenha lido, a não ser a tendência a autores do gênero e suas peculiaridades (ou particularidades). Um livro sóbrio, direto, objetivo, sem apelos e sem muros. Ressalto a espontaneidade dos versos e o equilíbrio entre os textos, sem altos e baixos, e a perfeita revisão. De parabéns os autores, Sérgio Gerônimo e Flávio Dórea, embora não tenha distinguido, no trabalho, onde um começa e o outro termina. Seguem aplausos a ambos os poetas pelo volume que agora folheio e pela coragem de adentrar por caminho tão sinuoso e denso. Um fragmento para o leitor (de uma página qualquer), que o livro não é numerado:
esquisito, não?
este poema de salto alto
roubou-me as horas madrugadas
fez-se companhia, como já disse, atrevida
e com dedos ágeis de tudo sei
preencheu o vazio até então
conhecido das minhas entrelinhas (...)
Humberto Del Maestro, poeta, crítico, In Literatura & Arte, Ano XVI, janeiro de 2010, nº 1589, Vitória/ES.



Querido Sérgio Gerônimo,
Belo o teu CONVERSA PROIBIDA, como o objeto livro, também, que ficou primoroso. Parabéns para ti e para Flávio Dórea.
Olga Savary  escritora, filiada ao PEN Club, UBE; em carta de 19/01/2010


Caro Sérgio, desculpe o atraso com que me manifesto sobre a sua poética Conversa proibida.  Para mim é um monólogo de amor bastante original. Franco e ao mesmo tempo sutil, vasado em linguagem de extrema dignidade, sem grosseiros lugares-comuns. Gostaria muito de vê-la encenada em alguma ocasião. Não me alongarei sobre aspectos do livro pois foram devidamente examinados pelo olhar arguto e sensível de Tanussi, Laura e Tatiana. Ao ler seu poema lembrei-me do comovedor depoimento de um jovem norte-americano que regressava à pátria como herói de guerra. Ele se dizia absolutamente surpreso de que as pessoas o admirassem tanto pelo simples fato de ter obedecido ordens de matar o inimigo e o desprezassem ao sabê-lo homoerótico. Que mundo perverso esse em que as pessoas são louvadas e respeitadas por servirem ao ódio e maltratadas por se entregarem ao amor.!!!! Realmente tudo que se faça para abrir a cabeça das pessoas mesquinhas é que deve ser louvado e incentivado. É uma questão de educação pública. A sua irreverência aos princípios da igreja, muitas vezes despidos de caridade, também me remeteu ao poeta português Albano Martins ao dizer num haicai lapidar: Se houve um paraiso, foi/ depois, quando a maçã/ foi mordida. É mesmo inacreditável que ainda não se reconheça como um dom divino indiscutível a força da  atração que arrebata e une as pessoas, independente de qualquer circunstância. Meu afetuoso abraço e obrigado pelo prazer da leitura e do belo livro que veio enriquecer minha biblioteca.
Astrid Cabral, por e-mail, 27/04/2020, 17:45h


Crônica dos Amores
Vamos conversar...
Conversa proibida é a excentricidade, a excepcionalidade da poesia na mão de vários homens Sérgio Gerônimo e Flávio Dórea e tantos outros que se calam na multiplicidade de numa mesma alma.
Essa narração confere ao homem que escreve um poema para sua própria alma, confessando seu amor, sua angústia, sua decepção – poema narrativo, quando ainda luta para agarrar-se ao amor. Repare, amigo leitor, o poema já traz em si a temática das paixões homo e heterossexuais.
Não há dúvida que as questões apresentadas na obra sejam muito mais complexas. Será necessário ter olhos de lince e a leveza de uma pena para captar as sutilezas da ordem em questão: O Amor. Não se trata de uma mera oposição entre natureza homem verso homem, mas a sutileza do cerne, da biologia, da genética. Não tão só explicada pela educação a que nos submetemos e somos educados. Tangencia o lado religioso, uma conferência barroca de almas conflituosas e ao mesmo tempo corajosas que lutam por uma nova ordem.
“encurtado os encontros e desencontros
o rápido e o breve
como um flash intrometido
ansiava estar pronto
ao que indicara
ser a ciência do ato – a permissão.” (Conversa Proibida)
A obra não tem a pretensão de tratar da dicotomia homossexual e heterossexual, mas da natureza do homem revestido dele mesmo. Afinal os seres humanos são capazes de manter vidas sexuais que pareçam contrariar seus mais profundos desejos.
“Todos nós possuímos uma caixa preta dentro do nosso corpo visível. [...] e as vontades mais secretas de nossas bibliotecas-espelho, um alterego padrão, ou melhor, patrão [...]”
Os versos não contrariam o ato homoerótico e ao mesmo tempo não justificam a sexualidade não normativa ou desviante, pois seus versos-argumentos estão depondo a favor da natureza desse homem, o homem que sente a prática sincera do seu sexo.
“ele ou ela
munidos de mandingas e
frequências malandras
reproduzem o cotidiano
de todos os seres
tão obedientes quanto desconfiados
dos resultados que poderão se apresentar
ao paladar sôfrego
de um outro paladar.” (idem)
Não julgo que o processo poético caminhe pelas veredas dos rótulos. Talvez os preconceituosos estejam pensando de forma bastante cartesiana e analisariam como uma obra basicamente homossexual.
Pensemos na essência. Considerada por todos como o caminho do próprio conhecimento com a máxima citada por Platão γνθι σεαυτόν “conheça a ti mesmo” e pedra angular da filosofia de Sócrates.
Com base na obra de William Naphy, percebemos que “o essencialismo” sugere que a , por exemplo, não é apenas uma predisposição genética, mas algo fundamental e decisivo para identidade de um indivíduo (portanto, mais como a condição de judeu, que tem conotações étnico/genéticas e religiosas/culturais — Naphy, William. Born to be Gay, História da Homossesualidade. p.14).
Entretanto não podemos esquecer que a sociedade reage de maneira diferente aos rótulos. O importante é que essa identidade é verdadeira e inerente ao indivíduo e à condição humana. Sergio&Flávio é a identidade, são, verdadeiramente, aqueles que entendem a vida como a pluralidade de sentido porque ele/ela vive numa sociedade de invólucros e que ainda classifica em categorias comportamentais os homens.
“Conversa Proibida” é a obra mais liberada e um sincero bate-papo entre amantes que arrastam uma existência de vida. São versos que desnudam e rasgam a própria carne:
“sacrifique o caos reinante
por uma paz articulada
entre o gozo e um possível fingimento”
Se me permitirem, caro leitor, divagar em meus loucos pensamentos. Conversa proibida é o que está velado entre os amores. O que está selado entre dois homens-amantes, onde as veias pulsam, vibram e bombeiam o sangue fresco da obra poética. São eles que oferecem um revolucionário, mas não original, jogo de narradores – dentro de um imenso monólogo. O “eu” é o “outro” (ele) sem fronteiras. São casados? São amantes? É uma única identidade, uma incógnita absoluta.
É “Esaú e Jacó” apaixonados. É outra história de amor. É o conto bíblico revisitado. Um amor sem barreiras, sem fronteiras. Amor que questiona corajosamente a construção “alicerçária” de qualquer casal com suas multiplicidades de visão. Ou mesmo, a DI-VISÃO que une e eterniza.
Mozart Carvalho – poeta, professor, www.mozartproducaotextual.blogspot.com , maio 2010

Aqui, estou com o livro Conversa proibida, dos poetas Sérgio Gerônimo, Presidente da APPERJ e Flávio Dórea. O livro é lindo, representa o perfeito entendimento, a realidade una entre os seres quando há uma harmonia de propósitos. A edição, da Oficina Editores é primorosa, em papel couchê e ilustrado com fotografias feitas por Tuna Borges de Sérgio e Flávio em excelente trabalho.
A capa de CONVERSA PROIBIDA, selo APPERJ e feito na Oficina Editores é realmente uma pista sobre o conteúdo, mas apenas com a leitura , pode-se captar a essência desse poemário masculino onde a identidade é substituída pela generosidade da entrega.
CONVERSA PROIBIDA, o livro é impactuante.
Quando a generosidade da harmonia verdadeira, permite que mesmo a autoria de um abrace a do outro, desaparecendo o quem é quem, temos um sinal inconteste da amizade e da perfeita programação de um trabalho poético que não é apenas um ajuntado, com bons resultados, de poemas.
Há encaixe mais-que-perfeito. As palavras são contas de murano enfiadas em um colar único.
Da capa sugestiva ao conteúdo, passamos por fotos excelentes, de Tuna Borges e nos debruçamos sobre rico e variado contexto. Visualizamos com o terceiro olho, com o olho interno, com os olhos da alma-Argos e Cíclope ao mesmo tempo, dos cem olhos captadores, ao único bastante, uma POIESIS da mais intensa qualidade.
Vejamos a tentativa de definir a palavra inicial dessa estrofe. Ela, ativa, desenrosca-se de seu bojo lato e mostra a dinâmica da busca, no segundo galho dessa planta viva: "Tentação: tentativa mais do que ativa
em vias desativadas por um desejo
em cada vão uma questão exclamada
a cada ação a sinuosidade sem vírgulas"
Movimento propositalmente sinuoso, serpente kundalini desespiralando-se do eixo base, no cóccix de gêmeos siameses, os poetas que se autodoam, que se entregam a ponto de se perderem de si e se encontrarem no OUTRO. Novamente, a imagem ofídica vem-me à mente: Oroboro, a alimentar-se de suas próprias entranhas. Quem é cabeça ou quem é ponta de cauda, impossível saber, exceto pelo confiteor a posteri ou algum conhecimento anterior de algum dos versos.
Que importa, na des/identidade, o gênero? Isso clarifica-se numa sonância de mar que arremete-se contra a rocha:
"aquele menino
ensaiava arriscadas arremetidas
seduzia - ares de menina
e os corpos o atraíam
e o traíam
sem qualquer conatação
de serem machos ou fêmeas"
Contenho o desejo de analisar um a um, cada poema, pois a poesia não precisa de explicações. Bastam-me, para amostragem leve, entre tantos exemplos de consistência e descrição de desejo, de voo e nado, coito verbal e essência iluminada, palco e vivência, olhar e sentir, dramaticidade e lirismo, as duas estrofes acima. Ou poemas completos: em cada página, uma filosofia de viver, uma poética de receber: pluma e diamante.
Crédito da Foto (em minha estante): Clevane Pessoa
Na capa, Sérgio Gerônimo e Flávio Dórea, os autores.
Clevane Pessoa, in Mural dos Escritores - Livros , autores e eu www.muraldosescritores.ning.com , em 11/02/ 2010, 18:46h.



Sérgio Gerônimo:
O blog www.sgconversaproibidafmd.blogspot.com , da festa está LINDO!
Parabéns você  merece tudo de bom que a vida pode dar!
Claudia Luna, poeta, diretora da ONG Nosso Papel, idealizadora do projeto De coração para coração – poetas em ação; coordenadora do Ponto de Cultura Fazendo a Diferença em Paquetá, Rio, RJ, por e-mail 1º/06/10, 12:32h.


Sobre Conversa proibida, evento poético, no Up Turn Bar, Barra da Tijuca, Rio/RJ
Muito bacana mesmo!
Palavras ditas com expressão forte e na medida, cenário já consagrado desde a Bienal, fundo musical muito bom, texto e atuação de um Sérgio G. que vem crescendo (ou se mostrando mais?) e se aprimorando com carinho e rigor. Parabéns.
Vera Versiani, poeta, musicista, autora de “Nada para humanos”, Rio/RJ, por e-mail 02/06/10, 11:23h.





Sérgio,
Tua voz já nasceu pronta,
As apresentações a cada dia melhores, superando de longe aquele Sérgio que não decorava os poemas...
Parabéns! Parabéns!
Eurídice Hespanhol, poeta, coordenadora do projeto cultural Poeta Sem Fronteiras, Rio/RJ, autora de “Lírios no deserto”, pelo Orkut, 02/06/10, 00:11h.

TEATRO GREGO (2)!?

O protagonista (protagoniste) de um lado do anfiteatro grego grita para o outro, no final do de seu primeiro poema, ou fala: “quando ele voltará mesmo?/ ela (a poesia) disse baixinho: quem sabe?/ no próximo hálito/ brisa de outono/ quem sabe?” O outro que seria o antagonista (antagoniste), mas não o é, paradoxalmente, também é outro protagonista, derrubando a estrutura  convencional do teatro grego, pega o mote e continua: “noites de outono/ são assim.../à medida que passa o tempo/ elas são curtas/ banhadas em fumaça e seda/ quando a chama atiça/ as interrogações de um simples mortal”. As palavras sussuram aliterações suaves e contínuas, neblinando as noites de outono e terminam em um “achado”: ... Quando a chama atiça/ as interrogações de um simples mortal.” Sabemos que é o outro, talvez pelo itálico que sublinha a diferença. Os dois estão em agon (luta – agonia) e seguem o tempo todo do primeiro e único ato, através das interrogações atemporais de todo ser mortal: Quem sou eu ?
Dora Locatelli, poeta, crítica literária, excerto por carta, 10/10/2010, 11h, Rio de Janeiro/RJ


Sérgio Gerônimo (um nome que se destaca em qualquer parte geográfica)
Tomo a liberdade de escrever-lhe no sentido de saber como vai o ilustre poetamigo? A semana passada estive relendo algumas poesias de seus sábios pensamentos e da sua prosa, o que você comprova que é um dos melhores escritores brasileiros. A sua mensagem explode com rara sensibilidade e escreve como ninguém. Você é realmente um grande talento e os seus livros são da mais alta qualidade. Parabéns. Receba os meus aplausos.
Atenciosamente. 
Luiz Fernandes da Silva, poeta, jornalista, criador do jornal Correio da Poesia, João Pessoa/PB, através de carta datada de João Pessoa, PB, 28 de março de 2012.


Bom dia, Sérgio! Amanhecendo, ainda na cama, peguei a coletânea dos 25 anos da APPERJ e abri em qualquer página, como gosto de fazer para ver que mensagem me está reservada, naquele momento. Caiu no seu "Poetando". Que coisa linda! Tão belas pinceladas literárias que pude enxergar o quadro todo do evento de poesia. Banhei-me. Ver... sentir... me fez muito bem. Obrigada por este raiar do dia. 




Sobre MARY COLUMBUS - 

Gente Fina
Para conhecer Mary Columbus é preciso antes ter uma ideia de onde ela surgiu. Pensemos que é com o conhecimento das origens, que nos permite entender de que pessoa falamos. Quando a vida é poesia, nossa discussão sobre Mary torna-se uma bela crônica. Na verdade, como todos sabem, sabemos e não sabemos quem é Mary. Mary é o nosso mistério travestido de arrojada e impetuosa alma. Ela é bairrista. A magnífica que trafega pelas ruas saudosas de um recente passado. Ela é intensa. Seu bairro flameja quando a vê passar. O povo reivindica o seu belo sorriso, os seus altos tamancos, o seu requebrado balangado, revelando a autenticidade do lado obscuro e sedicioso contra a autoridade local. Mary. Ah! Mary. O seu discurso assume a forma de um tratado antropológico, apresentando-se e ocultando-se simultaneamente. Existe o anacronismo temporal que garante as verdades episódicas de sua natureza efusiva. Sérgio Gerônimo, autor revelador, cáustico, desenha a personagem Mary com pincéis ágeis de um pintor que sabe o que fará com sua obra. Tem requinte nos detalhes e precisão no resgate de imagens autênticas. Mary surge de um mundo poético. Dela temos notícias de cada um de nós, dos nossos segredos, das nossas pequenas histórias não reveladas. A caneta do autor dialoga criativamente nas hilariantes lembranças e consciências, das quais a vida se transforma e gera a peculiar originalidade do novo: o pós-moderno. O poeta atualiza a ficção e a poesia em uma descompromissada prosa poética.
Voilá, Mary Columbus!
Bem-vinda!
É um prazer conhecê-la.
Mozart Carvalho
poeta, em uma das abas do livro


Mary Columbus é híbrida: poesia, crônica, romance, folhetim, teatro. E não há "chat" que possa resolver os enigmas de amarrações tão bem tramadas... Colombina irrompe do papel viva, explícita, exuberante, cercada de contextos por todos os lados, para narrar (interpretar?) uma vida marcada pelo subúrbio do Méier, que, na obra de Sérgio Gerônimo, se expande além do pitoresco 455 e envereda pelos caminhos de uma cronologia semanal em que o tempo da memória transgride, fazendo festa, o tempo dos ponteiros. Carnaval! Mulher de adereços e endereços, dona/dono de um fogo que "bombeiro" algum apaga, Mary se esparrama pela cidade, levando com ela (ela?) múltiplas outras mulheres (Juju, Marlene, Emilinha, Neudy, Nury, Carolina, Veríssima, ...),
numa espécie de resgate coletivo da intensidade que se vive nos meandros de um subúrbio itinerante, nada monótono, assumido, "pão na chapa e mixto quente", onde o castelo real é o "Imperator". "Mary I e única/soberana e soberba(na)", "rainha do Méier", é o canto de "um metro e oitenta" de Sérgio Gerônimo, que, nesta obra, integra definitivamente Méier e Musa, pompa e circunstância, mulher e homem, vida e alegria. E eu, que também "sou do Méier", aplaudo, cúmplice, o resultado!
Christina Ramalhopoeta, em uma das abas do livro



A Estrela sobe e desce
Sérgio Gerônimo possui todos os títulos de um intelectual engajado na cultura contemporânea do Rio de Janeiro: de psicólogo a poeta (popular e erudito) e daí a editor e à política literária, no sentido de que promove e participa de tudo que diz respeito à vida literária da cidade maravilhosa. Além dos seus livros publicados (mais de dez), é o fundador da Associação Profissional dos Poetas no Estado do Rio de Janeiro (APPERJ) e um dos principais responsáveis pelo Festival de Poesia Falada no Rio de Janeiro. Pertence a muitas das inumeráveis academias que enchem de reuniões as tardes da vida social e profissional da intelligentzia carioca, não se falando de suas experiências culturais nos Estados Unidos e na Áustria e de seus poemas traduzidos nas principais línguas do Ocidente. Tive recentemente o prazer (e a honra) de ler e reler os originais de seu novo livro de poemas, a ser brevemente publicado. De poemas? Tenho lá minhas dúvidas retóricas. Mas, emendando Mário de Andrade (que repetiu o uruguaio Horácio Quiroga), para quem “poema é tudo aquilo que seu autor diz que é”, pode-se dizer que os “poemas” do novo livro de Sérgio Gerônimo – Mary Columbus – deixa o leitor metido a teorias com a pulga atrás da orelha: será só “poema”? Ou é também “crônica” em verso (versos livres, libérrimos)? Será mesmo “romance”? Simples “folhetim”. Ou é também “teatro”? É tudo isso e mais alguma coisa, mistura dos gêneros mais conhecidos, tanto que o próprio autor não vacilou em escrever e repetir entre parênteses que Mary Columbus pode ser “poema crônica de um romance contado – puro folhetim teatral”. E claro que podemos acrescentar: é também crítica literária, musical e de costumes da vida boêmia e suburbana. E mais, uma leitura parodística e intertextual, com muito humor crítico, do belo romance de Marques Rebelo, A estrela sobe, que no fim da década de 1930 trouxe para a literatura brasileira o tema da vida suburbana, com o sonho das adolescentes de brilhar como cantoras na Rádio Nacional. Sérgio Gerônimo traça em versos a história da garota desejosa de se exibir em Copacabana, consciente de que era “eclética, quase epilética, malha fina”, espécie de refrão que descreve com muito humor o seu comportamento nos bairros boêmios do Rio de Janeiro, Lapa e Praça Mauá, em torno do edifício A Noite, onde existia a Rádio Nacional e até hoje, à noite, a vida fervilhante da boemia. O lado literário ganha relevo com a paródia de um conhecido poema de Vinícius de Morais e, principalmente, com a parte surreal, assim denominada e que serve, a meu ver, para caracterizar o modo da linguagem irônica e humorística usada neste livro de Sérgio Gerônimo, onde o passado da década de 1950 se mistura carnavalizada com o presente da atualidade, da Cinelândia ao Méier:
mary andava toda literata
mais parecia testemunha de jeová
a cada dia um livro debaixo do braço
foi quando para suavizar as axilas
aproveitou o barbeador do tal aproveitador
do sono do seu travesseiro vizinho
depilando ou barbeando também
os cabelinhos das ventas
pelinhos adjacentes
e pentelhos sinistros
bem! os livros? comprou-os
nos sebos do centro
nas barraquinhas das feiras cinelândia/saens peña
nos camelôs-livreiros do jardim do méier
leu todos e tudo
de bulas de remédio a classificados desclassificados
No momento em que a literatura brasileira, depois de tantas experimentações estéticas, de verdadeiros e falsos vanguardistas (quase sempre estimulados pela crítica dos jornais), anda atrás do equilíbrio criador, vejo o livro de Sérgio Gerônimo como uma grande e genuína sátira não só à vida literária, mas também a todo sentido cultural da sociedade urbana e suburbana do Rio de Janeiro.
Gilberto Mendonça Teles
Rio de Janeiro, 27 de novembro de 2013


Um texto diferente e, parece-me, diferente de tudo que você mesmo fez antes, embora seja possível reconhecer perfeitamente a sua dicção ao longo do trabalho. Não sei se seu poema-crônica é um canto ou um desencanto ao Méier. Seja como for, incorpora muito bem a linguagem malandro-suburbana, ao mesmo tempo que a transcende pela fusão com sua formação erudita. Mas eu, que já morei no Méier e em vários outros subúrbios também (na infância, até os 14 anos), pude entender e rever muitos dos cenários descritos. “Barracos” por motivos passionais, como alguns que você descreve, são de fato comuns. Briga entre vizinhos, tiros, carros da polícia surgindo de repente. Seu poema tem características de hipertexto. Amiúde você abandona o ritmo da narrativa para entregar-se ao jogo poético das palavras que se atraem. Aliás, não vi bem o livro como uma narrativa, um romance ou conto propriamente. Está mais mesmo para a poesia-crônica. Um livro marcado por episódios. E você nem titubeia em sacrificar, frequentemente, a sintaxe em favor do efeito poético. Há que também mencionar, claro, o forte erotismo, presente na obra o tempo inteiro. As frases dúbias e até mesmo sexualmente explícitas. O retorno à aventura das coxas de cetim, a presença tentadora de seios e glúteos. De bolas humanas absurdamente agarradas em ônibus. Absurdamente? Não, são coisas que acontecem mesmo por aquelas bandas. Uma amiga, de mais de 60 anos que mora no Méier, por comiseração, resolveu aceitar assunto de um homem bêbado, desiludido, de 71 anos, num ônibus que ia pro Méier. Ela acabou tendo de saltar do no meio do caminho, porque o cara se empolgou, começou a chamá-la de “fofinha”, a tentar abraçá-la e envolvê-la pela cintura. Ela tentou primeiro simplesmente mudar de lugar, mas o cara foi atrás. Todo o mundo olhando para ela, um vexame. Desesperada, sem saber mais o que fazer, saltou do ônibus, no meio do caminho, cheia de embrulhos e sacolas (rs). A realidade, como sempre, supera sempre, em muito, a mais delirante ficção. Espero que minha opinião tenha contribuído.
Um grande abc,
Ricardo Alfaya
por e-mail 22/11/2013, às 22:47h

Salve, salve, Sérgio Gerônimo. Como me pede uma opinião sobre seu Mary Columbus, devo de imediato lhe dizer do meu espanto com seu livro. Espanto pela originalidade e pelo passeio implacável dentro da alma carioca. Essa, a alma do Rio, é o que me comove acima de quaisquer outros sentimentos... Você mergulhou dentro de uma realidade que me acompanha por décadas a fio. Gostei de sua ousadia, apreciei sua insolência, me deliciei com suas buscas por veredas insuspeitadas. O Marlenes e Emilinhas, em especial, fez quase arrancar de mim sóbrio soluço... Talvez você não saiba, mas ambas me foram muito próximas, queridas e amaciantes... Ao longo de muito, muito tempo. Também gostei do esboço geral dos poemas, uno e quase indivisível em sua anatomia. Mais não digo, que me falta tempo para ler e reler. Fique certo que me desvaneceu sua sugestão de entregar a este carioca juramentado o fôlego e a paixão do seu trabalho, antes de ser publicado. Abraços um tanto constrangidos por minha curta e insuficiente consideração...
Ricardo Cravo Albin
por e-mail em quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014 18:20

 


Caro Sérgio Gerônimo:
Achei uma proposta original e com muita vivacidade narrativa – num registro coloquial
que às vezes corre o perigo de confundir-se em demasia com a prosa.
Um abraço, Secchin.
Por e-mail: quinta-feira, 27 de março de 2014 10:04


A arma do negócio
Eis aqui uma obra realmente diferenciada.
Não quis dizer “original” – um atributo hoje bastante questionável, depois de tantas experimentações – muitas delas infrutíferas – no campo literário. Apresentada em forma poemática, ela não apenas incorpora estilemas de outros gêneros como menospreza alguns tradicionalmente reconhecidos como próprios do poema. Ao invés da solene figuração e do ritmo motivado, que são dois dos mais básicos, temos uma expressão plenamente liberada, realçando paranomásias e trocadilhos, numa dicção predominantemente direta, gerando um texto que por isso deriva do poético ao narrativo e ao descritivo. O narrativo põe em ação uma personagem marcante, a Mary Columbus do título, e exibe sua vida condensada no interregno de uma semana; o descritivo se volta para paisagens cariocas, principalmente do subúrbio, mas com indispensáveis incursões pela zona sul. Nesses ambientes, ela contracena com figuras típicas de ambos os espaços, com plena desenvoltura, de um extremo a outro, com
“um olho nas
orações beatas / e outros nos sexshoppings”.
Essa desenvoltura se volta sobretudo para o campo dos impulsos sensoriais, harmonizando liberdade de expressão com liberdade de comportamento. Mesmo com todas as suas limitações, particularmente as econômicas, Mary é senhora de si, sabe o que quer e o que faz, enfrentando preferencialmente a noite boêmia, sem receio de qualquer consequência. Afinal, numa das passagens mais expressivas de todo o texto, ela “aprendeu que a sedução / era a arma do seu negócio”. A “arma”, não a alma, pois que aqui quase tudo é corporal, e não apenas o corpo-a-corpo do sexo, mas o corpo-a-corpo com a dura realidade social. Ao ler estes poemas, parece que estamos ouvindo e vendo Sérgio Gerônimo em ação, ao lado de Mary – ele, que é um dos mais típicos agentes da cena poética carioca de hoje.
Pedro Lyra
por e-mail 08/05/2015, às 16:20h


Sérgio,
recebi hoje seu livro e já estou na metade da leitura... Ele vai de encontro a duas perguntas que sempre me fiz: a primeira é de 1994, quando publiquei "Olívia, a que não era Palito ou Alucinações com a desova da pupunha". Era também uma poesia-crônica que teve uma repercussão tão boa que indaguei o porquê dos poetas não enveredarem mais por este campo; a segunda é mais recente, de 2008, quando eu participava no meu Doutorado da UFRJ de um grupo de estudos acadêmicos que tinha como objetivo examinar mais atentamente as literaturas finisseculares. E ao mergulhar em João do Rio amei as crônicas da "Alma encantadora das ruas", em que ele retrata a via pública como "moradia para o flanneur", que perambula entre riscos, surpresas, incidentes, acidentes, cenas, sempre em contato com os mais variados tipos de pessoas, de relações e reações. Desde aquela época me pergunto também o porquê dos poetas não registrarem esse sadio "bater pernas", esta salutar vadiagem pelo cotidiano do Rio, pelas ruas do centro e do subúrbio, mostrando o povo que anda a pé, exposto e disposto a viver o que vier. E eis que me chega Mary Columbus e grita: ei, olha eu aqui preenchendo as lacunas, desfilando nas avenidas das ruas e da vida.
Parabéns por este feito, você conseguiu criar uma poesia-documento da nossa realidade hipertextual, com seus frames, contradições e perplexidades, unindo dois séculos — os personagens do final do XX com os "objetos cênicos" e linguagem do XXI —,  e apresentando uma carnavalização dionisíaca, greco-nacional, bem ao ritmo das batucadas e odisseias dos tempos atuais. Obrigada pelo envio.
-e-mail- seg 09/11/2015 20:12
Leila MíccolisMestra, Doutora e Pós-doutora em Teoria Literária (UFRJ), escritora de livros, TV, teatro e cinema
http://www.blocosonline.com.br/sites_pessoais/sites/lm/index.htm 
Blocos: http://www.blocosonline.com.br


Recebi hoje seu livro mary columbus: fenomenal! Além de tudo, bem documentado com comentários, até e-mails! Não falta nada! O livro merece mesmo terminar com o excelente conto da Márcia Leite. Já faz parte da Biblioteca da IWA.
Por carta de 16/11/2015
Teresinka Pereira, presidente da IWA - International Writers and Artists Association, Ohio (USA)



Olá! Sergio, foi um grande prazer receber o seu livro Mary Columbus!
Já li as várias respostas/comentários/criticas sobre o livro nas abas, no início e no finzinho. Abriram a minha curiosidade não só por causa do aspectos do gênero literário, mas também porque foi posto num contexto literário histórico.  Não tenho o contexto do Méier, o que me levará a conexões novas com minhas experiências bairristas.  
De modo que começo agora a enveredar sobre o seu caminho literário para conhecer a Mary Columbus. No futuro, poderei comentar mais.
Muito obrigado por ter compartilhado do seu trabalho. Não imagina como o nosso contato, com você, Mozart e APPERJ, me levanta o espírito!
Meus votos para que este livro tenha uma recepção ativa e borbulhante para que dê muito o que falar e revirar!
Um abração.
E-mail - ter 17/11/2015 18:47
Ines Shaw, Assoc. Prof. of English & Latin American Studies Program Coordinator, at the State of New York Nassau Community College campus in Long Island (USA).


Sérgio Gerônimo,
Parabéns!
Mary Columbus traz a poesia em flashes, com versos livres, ritmo irregular, da mesma forma como viveu a personagem.  Está presente a poesia, na alegria e na tristeza. Para mim o livro é composto de  partes que formam apenas1 poema. Um longo poema. Sugere o grito alegre, triste, desvairado de quem não encontra espaço na sociedade, mas fura esse bloqueio e se realiza de alguma forma.
Assim como a Colombina Mary, outros personagens desfilam no carnaval da vida. Felizes dos que podem reconhecer: ontem eu fui rainha
Sabendo que a felicidade é feita de momentos, desejo-lhe ótimos momentos, um feliz lançamento, e, o sucesso merecido para um texto que pode ser base de tantas outras formas de linguagem.
Ainda bem, que fui ao primeiro lançamento na Bienal do Livro, porque dessa vez, estarei fora do Rio.
Meu abraço
Celi Luz
Por e-mail: quinta-feira, 19 de maio de 2016, 05:27h


Sobre URBANOSEMCAUSA - 
Acessar o blog http://urbanosemcausa.blogspot.com , para mais informações
sg

isso está um (dez)ESCÂNDALO de bonito!
conjunções de palavras em imagens incríveis!!
há algum tempo que não te leio tão dramático (de drama, de peso) assim!!!
parece cena vista através de fenda densa de fumaça rodriguiana
lindo!!!!!
bjs
Márcia Leite, por e-mail, 21/04/2009, 22:39h

Estimados,
Escutei vocês declamando o texto “tá tudo pacificado”, no Corujão da Poesia – falaram em cidadão e impostos – gostei muito do texto, quero ver se desejam divulgar os textos no Jornal Estado de Direito. É uma publicação gratuita, com tiragem de 45 mil exemplares, tendo como objetivo popularizar a cultura jurídica pela arte.
Espero que colaborem – façam contato – fiquem a vontade para ligar!
Carmela Grüne, Diretora do Jornal Estado de Direito, Rio de Janeiro/RJ, por e-mail 17/05/2011

Urbanosemcausa. Dois poetas. Um propósito: retratar nosso urbano dia a dia. Com Mozart Carvalho, temos uma poesia mais intimista, mais emotiva, mais singular. Com Sérgio Gerônimo, temos uma poesia mais social, mais política, mais plural. O emocional e o social se encontram nas calçadas, no asfalto, nos túneis, nos prédios, nas casas, na linguagem de seus urbanos moradores.
Leitor de qualquer parte do mundo, que vive em uma cidade, poderá se identificar mais com um ou com outro, mas em ambos sentirá uma urbana conexão. Existe algo maior e mais forte que nós, que não vemos, mas está lá.
Como leitores, veremos nossas almas refletidas em seus versos. Eles são a nossa voz, calada pela dura rotina da sobrevivência. Durante a leitura, compartilharemos com um pouco de tudo que nos une em nossa condição urbana-humana.
Ambos, Mozart e Sérgio, exercem seu ofício com maestria ao brincar com as palavras. Nenhum verso, nenhuma palavra, nenhum hífen foi colocado fora do lugar. Tudo é intencional. É preciso deixar nosso olhar livre do purismo acadêmico para que nossas mentes possam encontrar-se no resgate da pureza dos significados das palavras – nossa bagagem mais sincera do que somos e do que queremos expressar.
Adriana Bandeira, in apresentação no referido livro, 2012

UrbanosemCausa
Um desfile de personagens e situações, observações e vivências num continuum – em ritmos diferentes que não comprometem a harmonia da obra – é o que nos apresentam os autores, Sérgio Gerônimo e Mozart Carvalho, em UrbanosemCausa. A falência do sistema político social, a decadência do ser, a corrupção covarde e o mortal desrespeito ao cidadão – focos principais – são enunciados na poesia ferina, visceral, de Sérgio Gerônimo e na escritura reflexiva, contundente, de Mozart Carvalho. Tudo denunciado,  exposto, dissecado, sem piedade, sob os faróis-olhares aguçados dos que se importam. Antes do livro que agora me chega às mãos, os poetas-arautos percorreram eventos literários, bares, livrarias, praças da nossa São Sebastião e de outras cidades, antecipando, parcialmente, o impacto – ao estilo wagneriano – desta sinfonia . Vale destacar a primorosa e exuberante produção visual do livro, que em momento algum desvia a atenção do texto; ao contrário: aguça (nos) a sensação de também ser parte desta experiência de plena comunhão  entre os poetas, a urbe, a causa, a ordem e o caos, entranhados uns nos outros, como se um único corpo, um único coração batendo  à velocidade de carros percorrendo a auto estrada da contemporaneidade.  Saudosismo e uma quase inocência nas lembranças e paisagens de tempos menos cruéis, desaceleram o ritmo cardíaco do leitor; mas por pouco tempo: apenas o suficiente para a retomada de fôlego, porque esta poesia é de fogo.

Márcia Leite, poeta, membro do PEN Clube e da APPERJ, (quarta capa do referido livro - 2012)

URBANOSEMCAUSA E A SINFONIA DO CAOS
...O leitor encontrará, nestas páginas, momentos de extrema crueldade, miscigenados e contrastados a um lirismo implícito envolto numa certa nostalgia de quem pede por socorro e anseia por mais ar para respirar, por mais harmonia para viver, por mais suavidade para poder semear e colher no tempo certo uma realidade melhor, com condições mais dignas para aqueles que hoje vivem anestesiados pela velocidade inconsequente dos nossos tempos.
Sem julgamentos, sem moralismos e principalmente, sem falsos pudores, dois poetas corajosamente explodem conceitos, mazelas, hipocrisias e incoerências, e o fazem como quem nos dissesse da necessidade de se parar com tolas discussões aprisionadas a ideologias falidas ou a conservadorismos mofados, posto que, já provaram não ser solução para coisa alguma, e que já é hora de começarmos a discutir o caos de cada dia com o coração desarmado e sem ideias preconcebidas.
Naldo Velho, escritor, músico e artista plástico. Excerto do Prefácio do referido livro

Urbanosemcausa – mesa redonda, no PEN Clube, Rio de Janeiro/RJ

URBANOSEMCAUSA
A produção gráfica do livro URBANOSEMCAUSA foi motivo de pesquisa para os autores (Mozart Carvalho e eu, Sérgio Gerônimo), pois a questão fundamental seria: não é mais um livro de poemas, dentre tantos. O gênero proposto dos poemas: poesia urbana e a performance desses mesmos poemas: interativa, visual, sonora, cênica e com proposta de leitura. Por quê? Interativa - os autores convidam outros poetas a participar com poemas próprios em apresentações especiais; incentivam a repetição de palavras-chaves à plateia que interage constantemente. Visual - na projeção de imagens conectadas, de apelo político-social, com recursos de multimídia. Sonora - utilização de sons urbanos (sirene de polícia, burburinho das ruas, tiros, música incidental). Cênica - uso de artifícios que caracterizam a cena urbana (apito, megafone, roupas específicas e acessórios - chapéu, relógio, cordão). Proposta de leitura - os poemas foram lidos, literalmente, de pranchetas (em uma 1ª fase) e posteriormente através de telefones celulares. A leitura é realizada de forma interpretativa, dando ênfase à reflexão, de forma rítmica, com os autores/intérpretes repetindo ou acrescentando palavras empiricamente, utilizando pausas significativas e marcantes. Título - baseado nas assertivas expostas, o livro URBANOSEMCAUSA, deveria possuir um nome próprio e único, mas que desse abertura à novas leituras gráficas e sonoras, portanto o leitor descobre o URBANOS EM CAUSA, como também, URBANO SEM CAUSA. Em determinados poemas, a ironia subverte o poema ou verte o poema permissivo, como o cidadão, que não desmascara a sua própria face. A capa sendo a mesma imagem gráfica utilizada na projeção durante as performances e de cor contundente: vermelha no caso. Uma quarta-capa somente com texto, enxuto, escrito por um/uma poeta inserida no contexto do livro: Márcia Leite. As orelhas: com fotos dos autores em cena e pequenos currículos. Uma epígrafe concreta, substantiva de um poeta urbano: Reynaldo Valinho Alvarez. Uma apresentação feita por professor/ra de língua portuguesa aberta à oralidade e à dinamicidade das palavras: Adriana Bandeira. Um prefácio específico, o primeiro de um poeta, que participou das performances, como assistente e que sensivelmente sugeriu modificações: Naldo Velho. A fonte utilizada nos títulos dos poemas, propositalmente, em forma de setas: raslani undaground. Os poemas em sequência de temas correlatos, fixando horários de um dia fictício, entrecruzando áreas de uma urbe beirando o caos, no caso a carioca, mas que poderia ser qualquer outra. As imagens, preto/branco, fixadas a cada 8 ou 9 poemas, foram digitalizadas e com distorções, provocando atenção na fixação, causando não só uma pausa para respiração, como também, criando um quadro de releitura, colocado não para a quebra do ritmo e sim para o reforço na intensidade das palavras. No epílogo do livro o Percurso Urbano percorrido pelos autores, pelos diversos eventos no Rio de Janeiro e adjacências. O índice, tematicamente, surgindo como Mapa URBANOSEMCAUSA - Mozart Carvalho / Sérgio Gerônimo, onde apresentamos as nossas vias poéticas (os poemas). O formato do livro lembrando o formato dos manuais técnicos. O papel utilizado, no miolo, sendo de uma textura lisa (couchê), mas com alguma reflexão, na intencionalidade de construir pavimentações, onde as letras funcionam como sinalizações. Bem, senhores, URBANOSEMCAUSA, o livro, foi construído: uma experiência única, um propósito com fim específico, uma poesia urbana em causa. Rio de Janeiro; RJ, 13 de abril de 2013
Sérgio Gerônimo, autor.

No ensino da língua portuguesa, orientamos nossos alunos que usamos as palavras buscando dominar seus sentidos, tendo como fim a comunicação. Elas devem servir ao que pretendemos dizer.
Para funcionar, as palavras têm que ser claras, transparentes, sem resquício de ambiguidade.
No entanto, há momentos em que as palavras não são para servir a um propósito de comunicação, mas para serem o centro da atenção, seja através das metáforas, seja através de articuladas ambiguidades. E isso se dá pela força da poesia que desperta nossa percepção sensorial, aguçando a inteligência.
Quando as palavras atraem a atenção para si mesmas, podemos perceber os aspectos materiais da língua, como as unidades de som:
“nos olhos / o encontro sinuoso / perfil solitário / nas curvas morenas do sol” (carioca, p. 42)
“o sol escaldante / ultrapassa / as avenidas brasis / os carros concretos / os asfaltos / os versos / nos passos / -passo” (rio, p. 54)
A poesia é uma fonte riquíssima de exploração, sejam pelos efeitos sonoros que desenham os espaços, seja pela ordem das palavras no verso, sejam pelas relações fonias/grafias (entre o som e o que está escrito), sejam pelas marcas ortográficas que desempenham um forte papel de significação:
“longas são as horas / nas bordas dos lábios / litoral de um bordel que sabe lamber” (lounge, p. 20)
“cilada / emboscado / emboscada / tiro no tira / tira no tiro / tirano tiro / de repente / nada / tiroteio   tiroteio   tiroteio” (cadáver, p. 22)
“traçantes projetis achados / perdida á paz” (aos pés da penha, p.62)
summer breeze na cidade me devora / me devota / me demora” (summer breeze, p. 64/65)
“passivo – o homem enverga, / a criança morre, a mulher vende-se / e o momento se esvai... (sociedade intoxicada, p. 90/91)
Somos atraídos pela forma de organização da poesia, o arranjo sonoro no verso. A poesia é o refinamento de nossa sensibilidade verbal. Os sentidos são construídos pelo impacto das expressões
“as mentiras são as mais sinceras verdades” (ensaio, p. 15)
“às margens da minha visão cegam teleféricos / vivo de mergulhos televisão” (tá tudo pacificado, p. 92)
A poesia apresenta o mundo de modo próprio
“as horas disparam / sobre o relógio / os ponteiros firmes / decididos” (as calças cochicham, p. 24)
“meu silêncio caminha na calçada / desequilibrando as pernas / embriagado de verdades” (off brodway, p. 43)
José Paulo Paes foi quem disse que poesia é brincar com as palavras. E isso é uma ferramenta muito importante para o professor.
A escola promove a poesia com maior ou menor propriedade. As parlendas e cantigas seduzem e divertem a criançada.
O problema é que conforme a criança vai avançando em seu curso, deixam de oferecer poesia a ela. É preciso recuperar sua memória afetiva de forma delicada antes de aproximarmos novamente de novas paisagens e provocar o prazer pela surpresa. Mesmo que seja uma paisagem conhecida
“a saens peña ensolarada / o cinema carioca / o américa hollywoodiano / tom e jerry nas matinês / o milkshake do bob’s / canta a doçura das meninas recatadas / desfilando sedas e laços / à moda sloper” (saens peña, p. 30)
“a minha cidade / é monstro disforme / contorcendo / gemendo / carbonizando” (foge, p. 32)
A urbana conexão que o jovem leitor pode promover a partir da leitura dos poemas da obra é real, é forte, podendo se identificar mais com um ou outro. Jovens leitores podem compartilhar entre eles e entre os autores, pois são todos personagens da mesma sociedade intoxicada.
“esse chão é bem conhecido”
O poema de mesmo nome merece debate em sala de aula e analisarmos quem somos nós e o que podemos fazer para desintoxicar nossa sociedade.
“o povo se engana / ... / o eleitor, se engana não!
A poesia se ouve com os ouvidos, mas o seu sentido é construído em nós, por nós.
Adriana Bandeira, professora, 23/04/2013

Só a antropofagia nos une, Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. (Mario de Andrade)
Parafraseando Mario de Andrade Só a urbanidade nos une, Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. A Antropofagia me devora. É o meu bicho Papão.
Ao ler sábias palavras de Mario de Andrade recorro às memórias do episódio marcante e revoltante da debandada de marginais que, para escapar do cerco policial na Favela do Alemão, fugiam desesperadamente levando armas e munições para uma comunidade próxima. A construção desse livro foi a partir de um momento silencioso e de completo estarrecimento.
Durante a exibição da cena bizarra, um sentimento de revolta cobriu a cidade do Rio de Janeiro. As feridas, ainda expostas, começaram a sangrar. Não seria possível sobreviver a tantos desmandos impostos por um poder paralelo.
No entanto, a poesia, oferece a sensação de franquear impetuosamente o intervalo aberto entre a impotência e a revolta. A construção da revolta, que é o código verbal – a palavra move-se, nos versos, a função da ação. Essa ação é, a rigor, o desejo de re-construir uma unidade solida para impor uma nova ordem social.
URBANOSEMCAUSA é um livro que se utiliza da poesia, uma vez que permite a coexistência de um mundo hostil com um mundo repleto de “poesia”, um mundo simplesmente possível. Como coautor, permiti trabalhar com os matizes do fazer e da reflexão. Os versos do livro encontram meios de trazer à tona, de explorar as entranhas da sociedade e comunicá-la sobre a necessidade de um basta a tanta violência. É relevante expor que os versos visam à compensação, a perda do imediato do ato da fala – o poder inquestionável e democrático do dizer – simplesmente comunicar-se.
“somos poetas do betume
Das ruas modernas
Dos prédios
Vielas e arranha-céus”
Lembremos que falar significa colher, acolher e escolher possibilidades de entendimentos e retomarmos nosso prestígio de cidadãos. Dizer algo a alguém é tomar decisões, discutir e refletir sobre possibilidades de um mundo melhor, é crer e atualizar a estrutura profunda do dizer e fazer. Sem os versos, sem essa atualização, sentiríamos profundamente impotentes diante da vida.
“me sufoco em multidões
Multifacetados pensamentos
Sinal vermelho faixa amarela” (multidão, p. 48)
"as imagens emparedam
rostos e mãos cansadas
a habitual labuta
marcham... trilham...
nas multidões de aço
que nos automatizam” (trem do barão, p. 49)
Evidentemente, o Urbanosemcausa não é um livro catártico, não provoca a evacuação dos instintos. Contudo promove uma visão inquietante das nossas relações sociais. Pelos seus versos desfilam sombras de atos irresponsáveis, de paisagens corruptas, figuras execráveis que corroem nossa credibilidade. Tangenciam os nossos limites.
“tangenciar
O limite
Aquilo
Que é possível
Vazio
Urbanamente confuso” ( violentar-se, p.34)
Mozart Carvalho, autor

Oi Sérgio e Mozart,
Simplesmente A-D-O-R-E-I! Já terminei a leitura, vocês estão de parabéns! Ao ler o livro, fiquei imaginando os raps e músicas com vocês recitando os versos. Vai ser sucesso total em Viena! Parabéns.
Camilla Spach Rocha, profª de Educação Física, Milão/Itália, em 07/01/2013, durante Tour pela Itália.

Entrevista feita pela escritora Dorothea Nürnberg, tendo como mediadora a escritora Gloria Kaiser, aos poetas Mozart Carvalho e Sérgio Gerônimo, durante o lançamento do livro URBANOSEMCAUSA, no dia 10 de janeiro de 2013, às 17h, no Salão Concordia, no PEN CLUB da Áustria, em Viena, sob a presidência do poeta Helmuth A. Niederle.
DN – Hoje vocês estão lançando conosco o fascinante livro de poesia URBANOSEMCAUSA, de suas autorias, sobre as megacidades do mundo na atualidade, especialmente o Rio de Janeiro. Por que escolheram a poesia para expressar seus pensamentos, sentimentos, impressões?
UC – Primeiramente, agradecemos a oportunidade de falar sobre o nosso novo livro URBANOSEMCAUSA. Agradecemos, também, a acolhida por Dorothea Nünrberg, Gloria Kaiser e Helmuth A. Niederle, presidente desta casa o PEN CLUB da Áustria. Falar sobre o Rio de Janeiro e especialmente sobre ele, a razão é simples, somos cariocas (rio que adormece veias/vielas, corações/coroação carioca, in Carioca) – carioca é o nativo da cidade do Rio de Janeiro. E qualquer situação relacionada a ele nos afeta, sobremaneira. Inclusive, a razão da escritura desse livro começou com a "tomada do Alemão" (ilustração, in Sociedade Intoxicada), operação policial televisionada exaustivamente, onde uma comunidade, até então, controlada pelo tráfico de drogas é libertada, sendo agora "pacificada" pela ordem institucional governamental. Sobre o porquê de utilizarmos a poesia, é que ela é, por excelência, o nosso modus operandis. Somos poetas de carteirinha (sou poeta em dedicação exclusiva, in Emprego) e desde os bancos escolares assim nos expressamos. Pertencemos a uma associação profissional de poetas, a APPERJ e atuamos incessantemente na divulgação poética (só assim continuo a criar/meu canto de leitura, in Leitura).
DN – Em seu livro as principais alusões são feitas ao Rio de Janeiro e Nova York, megacidades, que, de acordo a minha ótica, são extremamente diferentes. Como vocês definiriam a característica de uma metrópole? Não somente na quantidade de habitantes e o que mais?
UC – Nós entendemos que Rio de Janeiro e Nova York não são tão diferentes assim (time square, cinelândia/realidade e sonho, in Off Broadway), quando vivenciadas no dia a dia, como Viena também não é. Pensamos que não somente a quantidade de habitantes determinem uma metrópole, e nem os seus limites geográficos, mas interferem sim a variedade de pessoas de diferentes línguas e costumes. Hoje as megacidades são verdadeiras babéis, como a suposta Babel da Bíblia. Esta mistura de matizes diversos é uma característica bem marcante destas novas metrópoles (a poeira é igual/a criatura é igual/as almas divergem, in Minha cidade).
DN – A relação estabelecida por vocês com as megacidades abre um leque de sentimentos: paixão, amor, medo, choque, raiva, desgosto... Vocês citam, também, a perda da dignidade humana nas metrópoles, então de onde vem a fascinação em fazer parte delas ou existe alguma fascinação em ser um cidadão dessa metrópole?
UC – Bem, nós somos fascinados, por exemplo, pela Roma Antiga (acabamos de vir de lá) – Roma caput Mundi. Ser cidadão romano era a pretensão de todos os indivíduos, em qualquer parte do Império Romano. A ideia de ser cidadão é que nos traz os direitos e deveres com o outro. Assim sendo surgem todos estes sentimentos que você citou. Certamente que a perda da dignidade é ultrajante, mas colocamos aqui outra evidência: locais não considerados metrópoles, também, não contemplam com dignidade seus cidadãos. O fascinante disso tudo é poder participar dos movimentos, das mudanças, das tentativas de engrandecimento pessoal e coletivo (ser cidadão e ser romano/não suporto ser mais um arábico, in Multidão).
DN – O filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein proclamou: os limites de nossa capacidade de nos expressarmos em palavras são, de fato, nossos limites no mundo. Descrevendo uma megacidade, todos os seus aspectos através da poesia, poderia nos dar novos insights, novas possibilidades de entendimento e experiência? Talvez, até, novas possibilidades de lidar com as dificuldades?
UC – Nós concordamos com o filósofo Ludwig, mas pensamos, também, que as palavras não expressam suficientemente nossos sentimentos (o que não se pode apagar/é o convite audacioso/para seguir em frente..., in Urbanos). Por exemplo, vocês já viram o olhar de uma criança africana? Ou o sorriso de um bebê indígena em plena floresta amazônica? (aos povos as floresta/resistir às investidas, in Mar Zônia). Não se precisam palavras! Quando estamos, realmente, observando o mundo a nossa volta, novas possibilidades e novas experiências surgem. A poesia marca o momento, fotografa, sintetiza as palavras. Como disse o poeta Walt Whitman: eu sou contraditório, eu sou imenso, há multidões dentro de mim. 


Queridos, o texto é um espetáculo! Nenhum prefácio, introdução ou quarta capa, é capaz de levantar escritura, sabemos todos muito bem disso!!! O sucesso é de vocês, da causa, da crítica, do olhar. Amo vocês.
bjs. Márcia Leite, por e-mail, 16/01/2013, 22:25h

Dear Sergio, thank you so much for your and Mozarts reading in our club! We are really honoured by your visit and enjoyed it very much. Lets hope we can find some ways of communications across the ocean!
Helmuth A. Niederle – poeta austríaco, presidente do PEN CLUB da Áustria, por e-mail em 17/01/2013, 18:34h.


Comecei a ler ontem mesmo "URBANOSEMCAUSA". Ao mesmo tempo, que passava os olhos pelos versos, revia vocês dois no auditório do MAC, com seus celulares, de um lado para o outro, talentosamente pulsando acelerados. Parabéns e sucesso sempre!
Lucilia Dowslley, pelo facebook, dia 16/02/2013, 21:31h

Mais uma noite daquelas. Pra não dizer inesquecível, maravilhosa. E não adianta toda vez que isso acontecer e mexer comigo, estarei aqui pra cometer a caretice de aplaudir e agradecer aos amigos responsáveis por essa emoção. Os poetas Sérgio Gerônimo e Mozart Carvalho com uma apresentação irretocável e irreparável no lançamento do seu livro Urbanosemcausa com a gente. Em forma e conteúdo. Misturando teatro, boa poesia, vídeo, som, fotografia, tudo junto.
Aluizio Rezende, sobre a apresentação no POVEB de 02/04/2013, por e-mail de 03/04/2013 - 12:17h

URBANOSEMCAUSA. Urbano sem causa? Não. Urbanos em causa!

Nesta prolongada estada carioca, tenho convivido com pessoas interessantíssimas. Poetas, escritores, autores teatrais, cantores, enfim, amantes da palavra escrita, falada ou cantada. Gente como Flávia Côrtes, Márcia Mendes, Marisa Vieira, Maria do Carmo Bonfim,Vânia Moraes, Eduardo Tornaghi, Manoel Herculano, Márcio Rufino, Naldo Velho, Mozart Carvalho, Sérgio Gerônimo e tantos outros. Também tenho participado de saraus, tenho ido ao teatro, ao cinema e, acima de tudo tenho andado pela maravilhosa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e a olhado, com visão mais contemplativa. No sábado passado, pela primeira vez entrei no Museu de Arte Contemporânea, de Niterói/RJ. Há tempos, eu queria entrar nele. Só o conhecia por fora e ficava encantado com a sinuosidade das linhas de Niemeyer, deliberadamente compondo com as suaves curvas dos morros do Rio de Janeiro. Uma apresentação em particular, prendeu minha atenção, por seu caráter questionador da nossa realidade e por “mexer” com o nosso comodismo. Trata-se do “URBANOSEMCAUSA”, que pode ser lido “Urbano sem Causa”, mas me coloco ao lado dos que leem “Urbanos em Causa”. Nessa obra de Mozart Carvalho e Sérgio Gerônimo, o dia a dia do homem e da mulher, nos centros urbanos, é questionado. Sem falsos pudores, explodem conceitos, mazelas, hipocrisias e incoerências. Lógico que comprei um exemplar do "URBANOSEMCAUSA". 
Octavio Pessoaexcerto, in Blog do Octavio Pessoa http://blogdooctaviopessoa8.blogspot.com
Sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013, Belém/PA

Em 10 de abril de 2013 07:52, Gilberto Dantas da Costa por e-mail após assistir a performance no Sarau Letras na Favela  (Rocinha/RJ) escreveu: Sérgio, achei interessante a forma de vocês dois declamar em ritmo de RAP. Uma forma inovadora, uma nova forma expressiva. Admirei pra caramba

POR QUE DEVEMOS LER URBANOSEMCAUSA?
“Tá tudo pacificado / tá tudo pacificado / tá tudo pacificado”, eis os versos que me veem à mente quando lembro a primeira apresentação a que assisti dos poetas Sérgio Gerônimo e Mozart Carvalho no SESC do Engenho de Dentro, quando declamaram os textos de URBANOSEMCAUSA. Depois vieram muitas outras apresentações pelo mundo até o livro.
URBANOSEMCAUSA, de Sérgio Gerônimo e Mozart Carvalho, é uma obra que merece ser festejada no meio literário. Nela não há espaço para o partidarismo político, mas sobretudo para o olhar dos poetas que adentraram nas vielas, nos becos, nos cantos da cidade para mostrar a dura realidade da urbe, porém de forma poética.
Ao dizer: “vou aplaudir minha pobreza / sozinho só social / urbanamente / é meio assim estranho” (“E tudo começou assim”), não há de se exaltar apenas as aliterações dos poetas com o fonema sibilante, mas ainda a contundente crítica social que se revela implícita na força demolidora destes versos.
Em “Cadáver”, é impossível não ficar perplexo frente à leitura de poema que faz um ziguezague virtual, uma provocação à vista, ao olho humano como faz um tiroteio quando os transeuntes buscam proteção em meio às balas.
Em “As calças cochicham”, outro belo do poema em cujo título a prosopopeia exalta a fala das roupas, os poetas mostram a dura rotina da vida diária perseguida pelo relógio...
A intertextualidade e os neologismos presentes em URBANOSEMCAUSA mostram a grande capacidade inventiva dos poetas. Dizem: “minha volta ao mundo nada teve de julio verne/ aportado no cais praça mauá”, ou que “a lagoa de marapendi suspira contaminada / e o palace 2, vejam só!  nainamente é enterrado / absolvem-se intenções, espúrias, ops!”,numa criação literária sem precedentes.
Em suma, URBANOSEMCAUSA é um livro de fogo, como diz a poeta Márcia Leite na contracapa. Porém, acrescento: o fogo da verdadeira literatura.
Luiz Otávio Oliani, poeta, professor, apperjiano, 23/04/2013

A POESIA DO CAOS NOSSO
Cidade viva, pulsante, cada poema grita na página momentos de tensão, e, ao mesmo tempo, cada poema sabe das incertezas: Não há rota garantida na sociedade atual.
O livro Urbanosemcausa resgata o poema-processo, recursos de mídia e de outras artes, para (através de jogos de palavras, letras de efeito, versos contundentes, perguntas sem respostas, fotos flagrantes e fragmentos caóticos) “tangenciar o limite” da urbe do Século XXI. A repetição sonora ecoa em nossos ouvidos, e nossas  consciências. No poema Cadáver pág. 22/23, um verso se repete angustiadamente “eram cinco para as cinco, ou quase”. As ações pulsam desenfreadas, desnorteadas, e, não se resolvem, nem com a morte, como podemos ver no verso “ o cadáver me olhava perplexo”.
Em causa, esse livro contundente diz que a poesia pode salvar, e, ainda, nos deixa a sugestão implícita de que a união de todas as artes é a esperança de sensibilizar e resgatar a cidadania perdida no caos urbano.
Celi Luz – poeta, 25/04/2013

Caros Mozart e Sérgio:
Muito obrigado pelo livro, com original projeto gráfico e poemas de grande modernidade/viva-cidade.
Um abraço, Secchin.
Através de e-mail, terça-feira, 06/08/2013, 23:27h

Caro amigo Sérgio Gerônimo, estou em fase de conclusão da monografia escrevendo sobre URBANOSEMCAUSA e gostaria de ter uma nota de descrição apontando pontos de vista, concepção do projeto do livro e um parecer dos dois autores para que eu possa tanto engrandecer o trabalho, quanto ter as melhores referências em relação ao mesmo. Se puder me enviar ainda nesse fim de semana lhe serei grato. Boa noite.
José Celivaldo Samuel Neto, por e-mail, 2014

Dono de uma obra fascinante (Profanas & afins, Outras profanas, Conversa proibida, PANínsula, Coxas de cetim e UrbanosEmCausa são apenas parte do todo), o carioca e psicólogo pós-graduado Sérgio Gerônimo é um poeta de vasto conhecimento, coragem e ousadia que se vê em poucos. Escreve com propriedade sobre os mais variados temas da sociedade, fazendo, inclusive, uma crítica social abrangente e bem articulada. Com uma poesia de leitura dinâmica, de fácil compreensão, mas também metafórica (tem uma sensualidade sutil) é necessário estar atento às suas colocações. A cada livro que se lê, abre-se um leque de novas visões de mundo, de minuciosos detalhes do cotidiano que podem passar despercebidos para muitos, menos para um poeta visionário, profundo conhecedor do meio em que vive, o qual descreve com maestria. Editor-chefe da Oficina Editores, fundador e presidente da APPERJ e membro do PEN Clube do Brasil, da UBE/RJ, da Academia Brasileira de Poesia, do SEERJ e da ACLAL (Portugal), Sérgio Gerônimo é, também, incansável divulgador da cultura e da literatura brasileiras.
José Aélio Santos, José Celivaldo Samuel Neto e Moisés Tavares de Oliveira graduandos do Curso de Letras do campus Itabaiana da Universidade Federal de Sergipe, projeto "Poesia Ilustrada" (versões de I a IV), para o livro Olha o poema na escola (poetas contemporâneos ilustrados por alunos de Sergipe e Bahia), org. de Christina Ramalho Beto Vianna, Aracaju/SE, 2014.

URBANOSEMCAUSA – A IMAGEM DO REAL

 As imagens, os símbolos e os mitos não são criações irresponsáveis da psique; elas respondem a uma necessidade e preenchem uma função: revelar as mais secretas modalidades do ser
* Mircea Eliade*

O livro URBANOSEMCAUSA de Mozart Carvalho e Sérgio Gerônimo nos oferece uma temática denunciadora onde a realidade do cotidiano da vida pós-moderna pode ser mostrada em poesias através do olhar atento desses dois poetas – comprometidos que são – com a realidade sociocultural.
Em Mozart Carvalho, a poesia cede lugar ao tom da palavra, regida por uma linguagem perceptiva, ao abdicar de conceitos suscetíveis à emoção, diante de sua visão intelectual do mundo que o cerca: nada escapa ao olhar do poeta no mapear dos fatos. Em meio ao caos, a palavra empresta sentidos à realidade sem tirar a função semântica comprometida com a palavra na poesia. Desse modo, a temática se revela pelo fluxo das palavras em seus versos, delineando possibilidades de uma esperança futura: “Somos POETAS do betume/ das ruas modernas/ dos prédios/ vielas e arranha-céus/ os olhos são semáforos/ quando estão em ATENÇÃO/ CUIDADO! Avançamos para a FELICIDADE”. Temos aqui em seu primeiro poema que abre o livro, “palavras iniciáticas”, talvez, como sinalizadoras de um movimento no ressoar de palavras que querem expressar uma significação com o comprometimento da poesia. Eis aí a necessidade da criação poética. O poeta é esse ser sempre atento com à realidade, com sua sapiência escreve o “tormento” com sabor de alento de uma possível felicidade para o depois, e, sem perplexidade diante da linguagem. URBANOSEMCAUSA é um livro dotado de singularidades intencionais onde, a escrita, subverte a linguagem e aponta o amanhã –  Avançamos para a FELICIDADE (mas é preciso ter cuidado) pois é nesse instante que o ser do poeta se manifesta de forma idealizada para inferir cisão no “tempo” – tempo presente: suscitando do inconsciente um processo coletivo para novos ideais. Portanto, não basta ler os poemas do autor, há que refletir.  Eis aí o poeta Mozart Carvalho.
Em Sérgio Gerônimo, URBANOSEMCAUSA segue o ritmo e se organiza por caminhos de uma linguagem irreverente, desvelando atos e fatos cotidianos como quem “escreve” uma “pintura” da realidade; mas, sobretudo, armado de palavras certeiras na direção do alvo a que se destina atingir –  àqueles, os menos avisados e os desvalidos de poesias: “(...) não vejo nenhum problema administrativo.../ não há conflitos de interesse.../ há milícias malícias maledicências/ conchavos conluios confiscos/ quero arder desobediências”. O poeta recorre a seus saberes deveras conscientes; um poema despido de véus: “(...) juras dos não juramentados em parlamento/ (brincadeiras de consultorias à parte...)/ mas onde?/ (...) onde tudo é arrumadinho/ sempre/  vou aplaudir a minha pobreza/ sozinho só social/ urbanamente/ é meio assim estranho.
Um livro “andrógino” escrito por mãos distintas, nele, a linguagem poética parece fecundar a página seguinte, oferecendo uma matriz de significações temáticas. A identidade se revela não mais no silêncio mas, sim no grito que ressoa em poemas.
Amigos leitores, ler URBANOSEMCAUSA é ter que se predispor a uma nova “visão”  ou uma nova “audição” pois, a poesia é sempre “voz ativa” diante do espetáculo.
Boa Leitura!
Vannda Santana, professora, 21/09/2018


Sobre AGAMAN -

Agaman
Achei muito criativo. É interessante um monstro discoteca, mas eu sei que os autores estavam nos anos 80, por causa dos recursos dos heróis. O monstro preferido para mim é o TRONCOR, porque um tronco qualquer virou vilão da história. Sucesso para os autores! Achei o livro legal, pois é uma obra de pai e filho. Abraços. 
Bruno Luz (neto de Celi Luz), por e-mail da avó Celi Luz, Rio/RJ, 13/04/2018.

Olhar poético de Sérgio Gerônimo
“A vida é tão curta e a minha capacidade de criar é tão intensa...” É. Quando ouço esses versos, desarmo-me. Um silêncio total se anuncia. Esse silêncio é um desconhecido. Algo que nos causa estranhamento. É perturbador e que provoca ruídos ensurdecedores. O passo seguinte é tentar compreender a efusão de emoções que nos abunda de sobremaneira e, com efeito, nos permite compreender o quanto somos vulneráveis. Assim é a poesia de Sérgio Gerônimo. Inquieta, ácida, precisa. Seus versos são urbanos, não dormem. Atravessam ruas, sobem nos ônibus, andam de trem, engarrafam nos sinais amarelados de tensão... Um conceito de supermodernidade: é preciso estar atento e forte, contextualizado, para compreender seus versos. Sua poesia está no coração do Rio, nos subúrbios da Central, nos acessos de entrada e saída de uma avenida chamada Brasil. É o poeta que se transforma em multidões e que reivindica direitos para que possa existir uma sociedade mais justa, provocando rastros como sombras naquilo que existe e está nos nossos dia a dia, repousando, silenciosamente, em nossas vidas.
Mozart Carvalho, in, Verso x Reverso, Te Encontro na APPERJ, 13/08/2018, 20h, Mezanino do Bar do Ernesto, Lapa, Rio/RJ

O carioca e psicólogo pós-graduado Sérgio Gerônimo é um poeta de vasto conhecimento, coragem e ousadia que se vê em poucos. Escreve com propriedade sobre os mais variados temas da sociedade, fazendo, inclusive, uma crítica social abrangente e bem articulada. Com uma poesia de leitura dinâmica, de fácil compreensão, mas também metafórica (tem uma sensualidade sutil) é necessário estar atento às suas colocações.
Val Mello – FLAMATEC, diretora da APPERJ.
Site: https://flamatec.nossopapel.org.br


Sobre OZINTOLERANTES
Hoje compartilhamos com vocês mais um trabalho do nosso parceiro, querido, presidente de honra da APPERJ (Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro). Sérgio Gerônimo foi o poeta estreante do nosso tão falado Ponto com Letra, uma parceria da ONG O Nosso Papel e APPERJ.
ParabénsSérgio! E muito obrigada pelo apoio de sempre.
Claudia Luna – FLAMATEC, Site: https://flamatec.nossopapel.org.br 27/03/2021


Sobre NA PONTA DOS CASCOS -

-Participação no FESTPOE FALADA DE CAMPOS DOS GOYTACAZES, Campos dos Goytacazes/RJ, set 2006, Sérgio Gerônimo (4° lugar em texto, com o poema "Velando instantes").

"Na ponta dos cascos" seria um recado de amor às avessas ao leitor? Talvez sim, talvez não. Mas como sabê-lo se não nos aventurarmos nessa jornada? Assim, a temática da obra nos aponta para o caminho das pedras e podemos experimentar o regozijo de uma bela “cavalgada” bem própria dos que buscam aventurar-se pela arte na arte de fazer falar a poesia. Os poetas constroem seus edifícios de “palavras” em lugares onde podemos encontrá-los. Sérgio Gerônimo não deixa dúvidas de que este é o lugar do encontro com seu leitor.
Vannda Santana, professora, psicanalista, psicopedagoga, terapeuta floral e arteterapeuta, excerto do Prefácio do livro, Petrópolis, RJ; 18 de abril de 2020

Somos todos assim (bilhões de seres sobre a Terra): um universo particular em cada; sem cópia; sem par; únicos (intenção da Criação). E Sérgio Gerônimo, em toda a sua extensa obra literária, jamais permitiu que desprezássemos isso!  Em Na Ponta dos Cascos podemos vê-los (Poeta e Fauno) nos acenando, entre ventos, à entrada da nossa floresta helênica interior.
Márcia LeitePoeta, cronista, contista e jornalista, in excerto nas abas do livro. Rio de Janeiro, RJ; 12/X/2020

Em um salto: o prazer!
Na Ponta dos Cascos é um livro que ganha uma vivência autônoma e se articula livremente como partes vivas e independentes da poesia: estrofes, rimas e ritmos. Os versos traduzem o espírito sublime de liberdade expressiva. Sérgio Gerônimo concentra-se na emoção do movimento da existência; na sedução de um jovem fauno que segue o mestre Baco. Desta forma, a devoção do autor pela entidade que celebra as festas, o erotismo, a embriaguez – o estado de fascínio sobre aquilo que é incerto, perigoso e tentador, nos conduz a uma viagem sem volta dentro de nós. É como penetrar no universo íntimo e, em uma clareira, os nossos olhos se depararem com orgias e desejos recalcados. O encontro de todos os possessos pelo deus embebedado de volição. Tripulantes acometidos pela loucura, companheiros do encanto. A glória é nossa.
Olhai para ali! Olhai para lá! Para todos os lados e assim encontrareis o desejo torturante do prazer. É Baco, na ponta dos cascos, quem primeiro extrai o sumo dos versos. O doce veneno, o vinho abusado da poesia.
Mozart Carvalho - Mestre em Humanidades, Culturas e Artes, Especialista em Língua Latina, poeta, cronista, in 4ª capa do referido livro, Rio/RJ, 2021


O alívio veio ao ler o poema Na ponta dos cascos. Nada a ver com violência e ódio, apenas Pan, o fauno – o deus dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores. O Deus da música e da flauta encantada. Entendi o título do livro e parte da ilustração – gostaria de ver o revólver substituído por uma flauta: faria mais sentido e aliviaria meu coração. Para os que se dedicam à pesquisa, sugiro estudos aprofundados para a compreensão de poligâmicos, antropofagia, cronos, lesbos, anúquis, caracala, príapo, kama e ipupiara. Para os que conhecem e amam este poeta, terminamos a leitura, deliciados, com seu bom humor ao ver a velhice se aproximando em quando me dei conta, deixando ao leitor a certeza de que ainda dará conta de muito mais.
Glenda Maier, em 21/09/2021, poeta, cronista, apperjiana apaixonada pelos filhos, neto, música, poesia e pela vida, excerto in posfácio do livro.

...Da poesia viva e atuante. Que faz “do vento um canto/ poema em deslocamento”, acreditando o autor que “a magia não está perdida/ às vezes a deixamos escapar/ pelas frestas do coração”, mesmo sabendo, adiante, que “as palavras são feridas expostas”. E aí está uma das características da obra: a oscilação permanente entre o encantamento verbal e a nota algo pessimista, voltada para os aspectos trágicos da existência individual e social. Entre esses dois polos, podemos ainda destacar o discurso mítico e o erótico-amoroso.
Adriano Espínolaescritor, membro da Academia de letras do Rio de Janeiro, membro da UBE, do PEN Clubeexcerto in Apresentação do livroFortaleza, CE,19/X/21.


Mais participações literárias acessar o Histórico da APPERJ -
http:/www.associacaoprofissional-poetaserj.blogspot.com

Prezado amigo poeta Sérgio Gerônimo. Aplausos pelo excelente trabalho. Ficou perfeito o importante registro. 
Abraço poético. 
Jania Souza, Delegada da APPERJ em Natal/RN, por e-mail, 27/04/2022, às 10:59

Parabéns APPERJ! Beijinhos no coração de cada um de vocês, pelos momentos maravilhosos, em suas reuniões. App Anna Claudete, Rio/RJ, por e-mail, 27/04/2022, às 10:59 . 

Obrigada, Sérgio Gerônimo!
Você é responsável e eficiente! Sua liderança sempre foi nota 10! Muita luz pra você! Abraços.
App Celi Luz, Rio/RJ, por e-mail, 30/04/2022, às 17:01h.

Sérgio, que maravilha! Isto vale ouro. Obrigada meu amigo. Pena o Chico, a Messody e o Flávio Rubens não estarem mais aqui para apreciar plenamente este seu trabalho. A Lucinha viu? Amei, amei, amei!
Beijos e obrigada outra vez.
App Glenda Maier, Rio/RJ, por e-mail, 02/05/2022, às 21:04h.